quarta-feira, 1 de maio de 2024
Alguns segmentos preveem aumento das vendas com a Copa, como eletrodomésticos e supermercados. Outros estão preocupados com os jogos do Brasil em dias úteis e feriados até o final do ano.
A Copa do Mundo do Catar está há pouco mais de um mês de começar (20 de novembro) e os jogos da seleção brasileira terão impacto para o comércio goiano. Para alguns setores, alegrias. Mas para outros, preocupações. Setores como de eletrodomésticos e supermercados estão entre os que apostam em aumentos substanciais de faturamento.
Entretanto, os demais do comércio varejista temem prejuízos com o comprometimento das vendas nos dias de jogos, quando os clientes praticamente desaparecem das lojas. Aliás, muitas delas são fechadas e os funcionários liberados momentos antes dos jogos da seleção brasileira. Os três primeiros jogos do Brasil vão ser realizados em dias úteis no período da tarde.
Some-se a isso a quantidade de feriados pela frente: 24 e 25 de outubro (aniversário de Goiânia e Dia do Servidor), 2 de novembro (Finados) e 15 de novembro (Proclamação da República). Todos em dias úteis.
Projeção da Confederação Nacional do Comércio aponta para quase R$ 1,5 bilhão em vendas impactadas diretamente pela Copa, aumento de 7,9% em relação ao torneio realizado em 2018. O setor de eletrodomésticos deve vender um terço disto: R$ 535 milhões.
Diretor de Operações do Grupo Novo Mundo, Rildo Reis Pereira revela ao EMPREENDER EM GOIÁS que a rede já registrou aumento de 33% nas vendas de televisores em setembro deste ano, comparado com mesmo mês de 2021. Para outubro, a expectativa é de dobrar. “Antecipamos as compras para reforçar o estoque, porque esperamos vender bastante até o início de novembro”, diz. A preferência do consumidor tem sido por televisores com telas acima de 50 polegadas.
Os supermercados também esperam “incremento substancial nas vendas”, afirma o presidente da Agos, Gilberto Soares da Silva. “Vivemos um momento bastante propício, com o recuo dos preços e grande oferta de praticamente todos os produtos comercializados nos supermercados. Estamos otimistas. O futebol é a paixão nacional”, frisa.
Mas, nem todos estão otimistas. Principalmente os empresários que não são dos segmentos de eletrônicos e de supermercados. O setor de vestuário e calçados em Goiás, por exemplo, avalia que a Copa do Mundo atrapalhará as vendas de fim de ano.
“Esperamos um desempenho notável nos primeiros 20 dias do mês de novembro. Como o País vai respirar Copa, acreditamos que muitos comerciantes vão antecipar as compras de fim de ano”, diz o presidente do Sinroupas, Edilson Borges de Sousa. “Mas, nos dias de jogos do Brasil, a previsão é de poucos compradores, a exemplo de outros anos”, observa.
Para evitar um prejuízo maior, o presidente do Sindilojas-GO, Cristiano Caixeta, orienta os lojistas a não fecharem o comércio nos dias de jogos da seleção, mesmo sabendo que o movimento será impactado.
“Ainda teremos três feriados até o final do ano, além da Copa do Mundo, e estamos em um momento delicado, saindo de uma crise profunda. Sabemos que as oscilações no desempenho das vendas podem ter um impacto muito grande”, pondera. “A final da Copa será muito próxima do Natal, é um momento delicado. Precisamos de muito afinco para sair dessa crise”, enfatiza Caixeta.
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