quarta-feira, 1 de maio de 2024
Empresas na corrida <strong>para descarbonização</strong>

Empresas na corrida para descarbonização

É viável investir em uma efetiva neutralização do carbono, ou “descarbonização”

7 de fevereiro de 2023

Pensar de forma sustentável não é moda de ambientalista ou uma tendência que deve ser vista como passageira. É uma necessidade urgente para preservar os recursos naturais do planeta e garantir a qualidade de vida das gerações futuras. É responsabilidade de governos, empresários e sociedade como um todo adotarem medidas que ajudem a diminuir os impactos das mudanças climáticas. Um dos grandes vilões dessa história é o gás carbônico (CO2), que faz parte dos gases responsáveis pelo efeito estufa.

Ainda que não esteja ao nosso alcance medidas diretas relacionadas ao desmatamento ou de controle de emissão de gases poluentes no processo industrial, é viável investir em uma efetiva neutralização do carbono, ou “descarbonização”. Exemplo é a geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis, como a solar. O aumento no uso de formas renováveis de energia está, inclusive, entre as metas estabelecidas pelo tratado de Kyoto como ações para a diminuição da emissão de gases poluentes no meio ambiente.

A energia solar fotovoltaica se tornou protagonista na transição zero carbono, pois a emissão de gases poluentes durante seu processo de produção é mínima. Felizmente, vivemos um momento histórico no setor. O Brasil ultrapassou em janeiro de 2023, 24 gigawatts (GW) de potência instalada de energia solar com a soma da capacidade das usinas de grande porte aos sistemas de geração própria de energia elétrica em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 11,2% da matriz elétrica do País. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), essa energia evitou a emissão de quase 33,4 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

No Brasil, não existem leis que obriguem as empresas a compensar carbono. Atualmente, esse compromisso é feito de maneira voluntária e sem incentivos fiscais do governo. Sem estímulos e com custos adicionais, não parece lógico que as empresas optem por reduzir ou compensar suas emissões de carbono.

Mas, existem pelo menos três vantagens econômicas para as corporações que estão planejando mudar suas práticas. A primeira delas é o marketing positivo que a empresa promove, no sentido de melhorar a imagem e valorizar a marca, abrindo mais oportunidades de mercado. Outro motivo é a antecipação de possíveis regulamentações ambientais, fazendo com que a empresa esteja preparada para evitar futuras multas e impostos.

Além disso, atualmente, investidores e consumidores de todo o mundo estão de olho em empresas alinhadas com os conceitos ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança), e um selo de compensação de carbono se torna uma característica de competitividade entre as companhias.

Pode parecer pouco, mas o consumidor residencial também pode fazer sua parte para a “descarbonização” com uma usina solar em casa. E acredito que em pouco tempo possa até ganhar dinheiro com isso vendendo seus “créditos de carbono”.

Jordan Jorge é engenheiro eletricista e diretor comercial da Yellot

Jordan Jorge é engenheiro eletricista e diretor comercial da Yellot

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