quinta-feira, 2 de maio de 2024
Governo Lula prepara novo plano para a safra agrícola

Governo Lula prepara novo plano para a safra agrícola

Ministros afirmam que governo lançará o Plano Safra com redução de juros para produção de alimentos e práticas de agricultura restaurativa.

4 de maio de 2023

O ministro Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) anunciou nesta quinta-feira (4/5) que o presidente Lula (PT) vai anunciar em junho um novo Plano Safra 2023/2024. Segundo ele, o programa deve incluir mecanismos de estímulo à produção sustentável de alimentos previstos no Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). A declaração foi feita durante audiência no Senado.

“Estamos planejando um Plano Safra inovador, ancorado no Plano ABC. As pessoas vão falar: ‘Nossa! Qual obrigação vão colocar no ombro dos produtores para que eles possam acessar crédito?’ Nenhuma. É o contrario. Não será punitivo ou criador de obrigações. É um Plano Safra de reconhecimento, de premiação pelas boas práticas dos produtores. E quais seriam esses prêmios? Aumento de limite? Diminuição de taxa de juros? Ao fazermos esse reconhecimento, tenho certeza que essa retórica negativa começa a mudar”, afirmou.

O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) também destacou a mudança no Plano Safra. “Estamos trabalhando a transição para uma agricultura ecológica de baixo carbono. Queremos lançar o Plano Safra com duas variáveis de estímulo: diminuição de juros para produção de alimentos e práticas de agricultura restaurativa. Entendemos que as agriculturas empresarial e familiar são complementares. Não têm contradições entre si”, disse.

Crise de imagem

O ministro Carlos Fávaro disse que a “há uma crise de imagem contra a agropecuária brasileira”. Mas lembrou que o país não pode “querer tampar o sol com a peneira” e precisa reconhecer que, nos últimos anos, enfrentou altas nos indicadores de desmatamentos e queimadas. “Existe uma retórica de que os produtores brasileiros não respeitam o meio ambiente, que vão destruir a Amazônia, que não dão atenção à qualidade de sustentabilidade. O que não é verdade. A imensa maioria dos nossos produtores são ordeiros, legalistas e comprem a legislação. Mas há sim um aumento do desmatamento e de queimadas ilegais no Brasil nos últimos anos”, afirmou.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), que foi ministra da Agricultura e Pecuária no governo de Jair Bolsonaro (PL), cobrou informações objetivas sobre a formatação do programa. “A ideia de colocar toda essa parte de sustentabilidade é muito interessante, mas eu queria saber o seguinte: qual a taxa de juros? Como será essa equalização? Já tem uma ideia de faixa de juros para pequenos, médios e grandes produtores?”, questionou.

A ex-ministra cobrou ainda “uma fala única” do governo sobre agricultura e preservação ambiental. “O Brasil é uma potencia ambiental e na agricultura. Mas nossos competidores lá fora exaltam mais os nossos problemas, porque a competição do Brasil é temida. Temos que achar um discurso sério, coerente, com números. Todo mundo precisa falar na mesma página para que lá fora se conheça a verdade do que é o agro brasileiro”, afirmou.

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