segunda-feira, 29 de abril de 2024
Poder de renda dos goianos cresce 9% em um ano

Poder de renda dos goianos cresce 9% em um ano

Foi o primeiro aumento real após quatro quedas seguidas ocorridas de 2018 a 2021. Contudo, ainda está abaixo do rendimento médio em 2014.

11 de maio de 2023

Dos 7,3 milhões de pessoas residentes em Goiás em 2022, 63,3% tinham algum tipo de rendimento. É um aumento de 2,8 pontos porcentuais em relação à proporção em 2021 (60,5%). O rendimento médio mensal real de todas as fontes foi de R$ 2.511. Isto representa um aumento de 9,1% em relação ao valor em 2021 (R$ 2.301 a preços médios do último ano, corrigido pela inflação em 2022).

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11/5) pelo IBGE. Esse foi o primeiro aumento real após quatro quedas seguidas ocorridas de 2018 a 2021. Contudo, esse rendimento, em 2022, ficou 4,7% abaixo do rendimento em 2014 (R$ 2.634), o maior da série histórica goiana.

No Brasil, o rendimento médio mensal real foi de R$ 2.533, 2% superior ao ano de 2021 (R$ 2.483). Embora o crescimento do rendimento nacional não tenha sido superior ao do Estado, Goiás ainda não conseguiu registrar um valor superior à média Brasil.

Sexo e raça

O rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos apresentou, em Goiás, o valor de R$ 2.545 em 2022. Na comparação por sexo, o rendimento das mulheres foi de R$ 1.998, o que representa 68,1% dos rendimentos dos homens (R$ 2.936).

Por cor ou raça, o rendimento médio mensal das pessoas de cor preta foi de R$ 2.064. Corresponde a 65,6% do rendimento médio das pessoas de cor branca (R$ 3.146). Na análise por nível de instrução, a diferença é ainda mais expressiva. As pessoas sem instrução têm rendimento médio mensal de R$ 1.327, o que corresponde a 28,8% do rendimento das pessoas com ensino superior completo.

No Brasil, as comparações para todos os grupos investigados (sexo, cor ou raça e nível de instrução) tiveram diferenças tão significantes quanto em Goiás em 2022.

Todas as fontes

Em Goiás, o aumento no rendimento de todas as fontes pode ser observado tanto no rendimento médio mensal real habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 2.545, subindo 2,4% em relação ao ano de 2021), quanto no rendimento médio mensal efetivamente recebido em todos os trabalhos (R$ 2.667, subindo 5,2% em relação a 2021). E mais ainda em outras fontes (R$ 1.674, subindo 29,4% em relação a 2021).

Este último subiu, em 2022, em aposentadoria e pensão (passando de 1.842 para 2.068, aumento de 12,3%), aluguel e arrendamento (saindo de 1.683, para 2.077, aumento de 23,4%) e outros rendimentos (que saiu de 550 para 755, aumento de 37,3%). Houve queda apenas em pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (passando de 716 para 668, caindo -6,7%).

Per capita

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita, em Goiás, foi de R$ 1.588 em 2022. Esse valor representa aumento de 14,2% em relação a 2021 (R$ 1.391). Estratificando por classes percentuais de pessoas, observa-se que os 5% com menores rendimentos receberam R$ 161 em 2022. É 59,4% a mais que em 2021 (R$ 101). Do outro lado, na classe de 1% com maiores rendimentos, o rendimento médio domiciliar per capita foi de R$ 17.080. Um valor 30% maior que em 2021.

Em números absolutos, observa-se que 361 mil pessoas possuem rendimento médio domiciliar per capita de R$ 161 em Goiás. Enquanto 73 mil pessoas possuem rendimento médio domicilia per capita de R$ 17.080. No Brasil, essa diferença é ainda maior, sendo 10,7 milhões de pessoas com rendimento médio domiciliar per capita de R$ 87. Enquanto 2,1 milhões de pessoas tiveram rendimento médio domiciliar per capita de R$ 17.447.

Leia também: PIB de Goiás soma R$ 279 bilhões em 2022

Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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