quinta-feira, 2 de maio de 2024
Esperado: BC mantém elevados os juros básicos

Esperado: BC mantém elevados os juros básicos

BC mantém os juros básicos em 13,75% ao ano pelo sétimo mês consecutivo e empresários e trabalhadores protestam em Goiânia.

21 de junho de 2023

Sandro Mabel (Fieg) liderou protesto de sindicatos industriais e de trabalhadores contra os juros altos

O Conselho de Política Monterária (Copom) do Banco Central manteve nesta quarta-feira (21/6) em 13,75% ao ano a taxa dos juros básicos do País. E pelo sétimo mês consecutivo. A decisão foi unânime. No comunicado, o BC retirou a referência que fazia a uma possível retomada de ciclo de aperto. Em caso do processo desinflacionário não ficar dentro do esperado. Mas falou em cautela.

“O ambiente externo se mantém adverso, ainda que com revisões positivas para o crescimento do ano. Apesar da atenuação do estresse envolvendo bancos nos EUA e na Europa, a situação segue demandando monitoramento. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas. Inclusive com a retomada de ciclos de elevação de juros em algumas economias, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente”, disse.

“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores mais recentes segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres. Não obstante o arrefecimento recente dos índices de inflação, antecipa-se uma elevação ao longo do segundo semestre. Ademais, diversas medidas de inflação subjacente seguem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, enfatizou o comunicado.

Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica. Disse entender que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui 2024.

Protesto

Os sindicatos ligados à Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e de trabalhadores nas indústrias protestaram nesta quarta-feira conta a manutenção da taxa Selic. Lembraram que, em pouco mais de um ano, ela saltou de 2% para 13,75%. “Com isso, o custo de crédito encareceu, o consumo arrefeceu, os investimentos estagnaram e a especulação aumentou”, enfatizaram em comunicado.

“Uma Selic em 13,75% significa juro real, na ponta, em torno de 40%. O que desestimula qualquer movimento de retomada da economia brasileira”, frisaram as entidades. Elas ainda enfatizaram que a inflação no Brasil tem mostrado trajetória de queda, com redução pelo terceiro mês consecutivo do índice de preços. “Somam-se a isso a desvalorização do dólar, o risco fiscal menor e, principalmente, a economia em clara estagnação, motivos mais do que suficientes para o início do ciclo de cortes de juros”, citaram.

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