sábado, 27 de abril de 2024
Jovem goiano perde tudo e dá a volta por cima

Jovem goiano perde tudo e dá a volta por cima

O empresário Diogo Pereira da Silva ficou endividado e perdeu tudo. Depois criou sua própria marca e hoje é sócio de vários negócios.

26 de outubro de 2023

Criador da marca Alvaro Campani, Diogo Pereira investiu em outras marcas e hoje vende até para plataforma chinesa

Desde a adolescência, o empresário Diogo Pereira da Silva conviveu no ambiente de confecção. Primeiro com o pai, em uma conhecida marca de camisas, onde ele trabalhou por seis meses. Depois fez facção para outras empresas e “private label”, que é a fabricação de peças para empresa terceirizada e vendidas sob a marca de outras empresas.

Teve muitas dificuldades, ficou endividado e perdeu tudo. Mas perseverou e hoje tem sua própria marca de moda masculina, Alvaro Campani, criada em 2020.

Depois da Alvaro Campani, constituiu a Modern Man, que comercializa dentro da plataforma chinesa Shein. Ainda é sócio da Seleto, de moda esporte fino, com vendas por market place. Além disso, tem sociedade em dois aplicativos. Um para gerenciamento do sistema de produção para confecções e outro para marketing, para vendas por meio de whatsapp.

“No início eu enxergava a marca Alvaro, hoje tenho um olhar para o grupo. É um negócio muito rentável”, conta o empreendedor, de 28 anos, ao EMPREENDER EM GOIÁS (EG). Juntas, as marcas vendem atualmente R$ 50 mil por dia.

Começo

O início da história foi complicado. Em 2009, a família se mudou de São Miguel do Passa Quatro para Trindade. O pai de Diogo vendeu um imóvel e montou sociedade com um tio dele, que não deu certo. Foi quando o jovem empreendedor começou a trabalhar em uma marca de moda masculina. Tomou gosto pelo ofício, viu um nicho pouco explorado (camisas masculinas) e começou a produzir. “Vendia roupas evangélicas dentro da igreja”, afirma.

Em 2012, voltou a fazer facção e ficou até 2019. “Sem planejamento e gestão financeira, quebrei várias vezes, fiz dívidas”, lembra. Em 2015, começou a fazer private label, um tipo de negócio que não precisa de grande capital inicial. “Estava indo bem. Eu e meu irmão cuidávamos da confecção e nossa mãe, do acabamento”.

Eles costuravam em um quartinho na casa da mãe. Até hoje é a confecção dela a responsável pelo acabamento das peças. E foi no início da pandemia, em 2020, que Diogo criou a marca Alvaro Campani e investiu em e-commerce. “Não foi exatamente uma opção. Foi o que dava para fazer, era barato montar um site”, diz.

Reviravolta

A essa altura, Diogo havia perdido uma casa para pagar dívidas e recomeçar. Morava de aluguel e usava um banheiro para estocar matéria-prima. Depois, passou para uma casa maior, uma sala, onde permaneceu por dois anos, e, recentemente, para um galpão de 200 metros quadrados em Trindade.

Com a tranquilidade de ver o negócio dando certo, pôde investir em outros tipos de confecções e desenvolver os aplicativos, que nasceram para atender uma necessidade da empresa e foram para o mercado.

De maneira idêntica ele soube encarar o desafio da concorrência com as gigantes chineses do e-commerce. “Ou chorava ou entrava no jogo deles”, resume. Diogo ficou com a segunda opção e não se arrepende. Da mesma forma, percebeu um gap no segmento de moda fitness para produzir para a plataforma chinesa.

Agora está trabalhando no projeto para lançar a nova marca até o final deste ano. “Vamos entrar com a expertise”, frisa. Hoje, diz que seus negócios são sustentáveis e nem de longe lembram a montanha-russa dos anos iniciais.

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