sábado, 27 de abril de 2024
Intenção de consumo das famílias cai de novo

Intenção de consumo das famílias cai de novo

Para a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o resultado não sinaliza uma crise de consumo

19 de janeiro de 2024

A intenção de Consumo das Famílias (ICF) começou 2024 em queda, registrando um recuo de 0,5% em janeiro ante dezembro. É o segundo resultado negativo consecutivo e mostra cautela por conta de despesas específicas do início do ano. Apesar disso, o nível de satisfação permanece acima dos 100 pontos, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

“A manutenção do nível de satisfação sinaliza que, mesmo com desaquecimentos, não há uma visão predominantemente negativa por parte dos consumidores, ou seja, não sinaliza uma crise no consumo. Na variação anual, houve crescimento de 12,8%, ou seja, os consumidores estão mais positivos em janeiro de 2024 do que estavam em janeiro de 2023”, explicou a CNC em nota.

Desde setembro, a variação do ICF ano contra ano vem perdendo tração, sugerindo que mais consumidores estão revisando as suas perspectivas quanto ao consumo. A causa dessa tendência de desaquecimento é justificada pelos outros componentes do ICF, com destaque para as perspectivas quanto ao acesso a crédito, momento para duráveis e perspectiva para o consumo atual.

“A desaceleração da inflação em 12 meses desde setembro do ano passado ajudou as famílias a serem mais positivas em relação à renda atual, tendo uma sensação de maior poder de compra. Tanto que este item atingiu o maior patamar desde março de 2015”, disse a Confederação, ressaltando que a melhora do mercado de trabalho, mesmo que em menor ritmo, também influenciou o resultado.

Consciência

De acordo com a CNC, o comportamento dos subindicadores do ICF sinaliza que pode estar iniciando a alteração da trajetória em direção a uma perspectiva mais positiva para a compra de duráveis.

No entanto, apesar da sensação de maior riqueza, a entidade destaca que o início do ano exige maior controle do orçamento por causa das contas específicas do período (IPTU, IPVA, matrícula escolar etc.).

Também destaca o impacto da dispensa dos trabalhadores temporários de fim de ano. São fatores que levam a maior cautela no momento da compra.

Conforme a CNC, a  maior parte da população ainda acredita ser um mau momento para consumo desses bens duráveis (59,5%), porém foi o menor porcentual desde março de 2020.

O direcionamento da renda para pagamento de dívidas passadas e contas geradas no mês freou a evolução do consumo, ao mesmo tempo em que ainda há preocupação com o mercado de trabalho.

“Os indicadores em relação ao mercado de trabalho apresentaram resultados melhores do que no ano passado. No entanto, desde o mês passado, vêm mostrando preocupação com o emprego, nas taxas mensais.

O subindicador do ICF de perspectiva profissional vem retraindo de forma mais intensa e em um período maior, desde julho de 2023″, explicou a CNC.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.