quinta-feira, 2 de maio de 2024
Cooperativa goiana faz sucesso com castanha de baru

Cooperativa goiana faz sucesso com castanha de baru

A Coopcerrado chega a produzir 54 toneladas de bolachas de castanha de baru. Além disso, exporta o produto in natura para nove países.

17 de fevereiro de 2024

Bolacha de baru: alimento é saboroso e rico em nutrientes e a produção valoriza muito a sustentabilidade.

Uma cooperativa goiana vem chamando atenção por suas bolachas produzidas do baru, fruto típico do Cerrado brasileiro. O alimento é saboroso e rico em nutrientes e a produção valoriza muito a sustentabilidade. Atualmente, a única bolacha feita com a castanha de baru encontra-se em todo o território brasileiro. Principalmente, por meio do site da Mercado Livre e nas lojas do Pão de Açúcar.

Além da bolacha, a Cooperativa Empório do Cerrado (Coopcerrado) exporta a castanha de baru, que conta com a certificação orgânica do Brasil, para nove países desde 2019. São eles: Emirados Árabes, África do Sul, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Suíça, Dinamarca, Alemanha e Tailândia.

O coordenador técnico da CoopCerrado, Marcelo do Egito, explica que a cooperativa, que fica em Goiânia, nasceu visando realizar um trabalho organizado em cadeias de valores de sociobiodiversidade. Entre elas, estava a castanha de baru.

O processamento do alimento ficou à cargo do Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado (Cedac). É uma organização sem fins lucrativos que desenvolve assessoria técnica e realiza a certificação da produção orgânica. A cooperativa goiana também conseguiu aumentar a exploração dos produtos típicos do Cerrado após aprovação da lei que reduziu o ICMS sobre eles.

“Introduzimos, em 2001, a castanha de baru com grande sucesso no cardápio da alimentação escolar do município de Goiânia, onde atingiu 114 mil alunos, substituindo o coco ralado no cardápio. Em 2002, o Cedac desenvolveu vários produtos derivados da castanha de baru, para ampliar o uso, o conhecimento e o hábito de consumo. Entre eles a bolacha amanteigada de castanha de baru”, diz.

Processo

Segundo Marcelo, a safra do baru ocorre a partir de julho. Neste período, acontece a colheita dos frutos pelos cooperados – agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais. Atualmente, a cooperativa produz 54 toneladas de bolachas por ano. Somente a coleta do baru envolve cerca de 2 mil famílias envolvidas no processo.

São moradoras em Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Distrito Federal. Elas fazem o fornecimento do baru in natura, encaminhados à sede em Goiânia para todo o tratamento necessário para confecção da bolacha.

“A castanha de baru é processada, torrada, granulada e introduzida numa formulação para bolacha. Neste momento, os ingredientes são misturados numa masseira, depois formatados, assados, resfriados, empacotados e expedidos”, explica.

Sustentabilidade

A cooperativa tem como pilar promover um equilíbrio entre a natureza e as necessidades humanas. Por isso, respeita os biomas brasileiros, como o Cerrado, a Amazônia e a Caatinga, como não realizando queimadas, coletando frutos caídos no chão e deixando parte para os animais.

Também não derrubando os frutos com varas ou demais instrumentos e que haja roças ecológicas para garantir a diversidade biológica e autonomia dos agroextrativistas.

Hoje em dia, os indígenas são sócios da CoopCerrado e também fornecem frutos de baru. Do baru em si, a cooperativa explica que é possível fazer castanha torrada com sal e água, granulada despeliculada, gradeado, farinha, óleo, biscoito e creme.

“Este ano, serão lançados novos produtos. Inclusive, já temos a castanha de baru certificada orgânica para o mercado brasileiro (desde 2014) e também certificada orgânica para o Estados Unidos e Europa, além da certificação Fair For Life. Exportamos a castanha para 9 países desde 2019”, afirma Marcelo.

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