sábado, 27 de abril de 2024
Cozinhas fantasmas crescem em Goiânia

Cozinhas fantasmas crescem em Goiânia

As dark kitchens, também conhecidas como cozinhas fantasmas, crescem no mercado de Goiânia com taxas acima de 10% ao ano desde a pandemia.

22 de março de 2024

Além da Artesanato Pizzaria e Pesto, Gabriel Lotufo tem uma dark kitchen com estrutura mais enxuta

Sem fachada de identificação no ponto comercial, pratos, travessas e talheres, mesas e cadeiras para os clientes, como nos restaurantes tradicionais, as dark kitchens, também conhecidas como cozinhas fantasmas, explodiram no mercado durante a pandemia da Covid 19.

Hoje, continuam se expandindo em Goiânia, crescendo em índices superiores a 10% ao ano, acima do segmento de bares e restaurantes que registrou aumento de 3%.

São centenas de cozinhas comerciais espalhadas por toda a cidade, inclusive em um galpão transformado em um mall, na região do Alphaville, onde já funcionam vários negócios que trabalham exclusivamente para delivery.

Dark kitchens é um conceito no qual restaurantes concentram sua atividade na operação. Ou seja, na cozinha, focando na área mais produtiva e eliminando custos com a área do salão ou com tempo improdutivo.

Oportunidade

O presidente da Associação de Bares e Restaurantes de Goiás (Abrasel), Danilo Ramos Mendes, disse que as cozinhas fantasmas vieram para ficar no mercado. “A estrutura de funcionamento do negócio tem um custo menor e as pessoas estão se acostumando a pedir comidas em casa ou no trabalho criando um novo nicho de mercado para os empresários do ramo de alimentação”, observa Danilo.

Em Goiânia não há um levantamento de quantas dark kitchens estão atuando no mercado. Não existe um registro formal apenas para as empresas do ramo. Mas Danilo observa que elas estão espalhadas por toda a cidade, principalmente, nas regiões mais adensadas como os condomínios horizontais e nos setores com muitos edifícios residenciais e comerciais, onde tem uma camada da população com maior poder aquisitivo, portanto, mais demanda.

Ele chama a atenção para a importância do negócio já que é um gerador de empregos e renda, direta e indiretamente, além de ir ao encontro dos anseios dos consumidores. Por isso, muitos empresários do ramo de alimentação, consolidados no mercado e mesmo alguns novatos, estão aderindo às dark kitchens.

Expansão

Há 11 anos, o empresário Rodrigo Melo e seu sócio Cleinomar Lopes têm dois restaurantes de comida brasileira, o Simbora 24h, que funcionam 24 horas. Uma unidade no setor Urias Magalhães e outra no Pedro Ludovico. Em 2018 decidiram ampliar as cozinhas, criando uma estrutura própria para delivery que hoje representa 30% do faturamento da empresa com a entrega de mais de 250 refeições/dia.

Com a expansão do negócio, agora os dois empresários planejam abrir outra cozinha fantasma, na região Sul da Capital, para atender o aumento da demanda. “Já temos o ponto comercial, os equipamentos e o know how. Porém, estamos travados devido a falta de mão de obra”, destaca Rodrigo.

Estrutura

Gabriel Lotufo, da Artesano Pizzaria e Pesto, também abriu a sua dark kitchen há três anos. Ele tem duas pizzarias – nos setores Jaó e Bela Vista – há 8 anos. Para ampliar a clientela teve de abrir uma cozinha comercial dentro de um mall, onde já funcionam outros negócios do ramo.

“Para trabalhar com delivery tenho uma estrutura mais enxuta, um custo fixo mais baixo, embora o custo variável seja maior devido às taxas de entregas que temos de pagar”, disse Lotufo. Por isso, ele pretende diversificar o seu cardápio.

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