O atual mercado de trabalho tem sido estimulado pela “concorrência” entre a inteligência artificial, automação e diversos avanços tecnológicos
O atual mercado de trabalho tem sido estimulado pela “concorrência” entre a inteligência artificial, automação e diversos avanços tecnológicos, que têm atingido e provocado mudanças constantes no modo de trabalho em múltiplos setores. O acesso a este mercado, especialmente para os jovens, depende agora de uma educação especial, diferenciada e focada neste aparato.
Nesta vertente, a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), se constitui em ‘medicamento’ para agir contra os efeitos presentes e futuros na vida profissional da juventude, e inclusive, de relevante parcela da população adulta em busca de uma recolocação.
Os cursos técnicos, as capacitações e qualificações oferecidas por esta modalidade educacional significam, nesta realidade socioeconômica, soluções a muitos gargalos, aproximando empregadores e potenciais trabalhadores.
No entanto, essa aproximação depende de esforços sociais e conjuntos, como a ampliação de oferta e matrículas na EPT, esforços empresariais, de instituições de ensino e universidades, e ainda de orientação profissional, acompanhamento de carreira e maior comprometimento governamental com os desafios da profissionalização no Brasil.
Há décadas, o ensino profissionalizante mostra seu vigor e resultados para o desenvolvimento não somente do país, mas da vida do trabalhador, o qual, após um médio período escolar adquire conhecimento específico e alcança lugar no mercado de trabalho, seja de modo formal ou empreendendo. É, portanto, inegável o espaço ocupado pela educação profissional no cenário nacional, ao entregar uma formação pública, de qualidade e preparatória para atividades profissionais.
Justamente imbuída na missão de transformar vidas por meio da Educação Profissional e Tecnológica, é que a rede de ensino pública formada pelas Escolas do Futuro e Colégios Tecnológicos do Estado de Goiás emitiu 50.368 certificados de conclusão de cursos em 2023.
Esta rede focada na profissionalização é formada por 23 unidades escolares na capital e interior, atendendo também cidades circunvizinhas de suas sedes. Ela existe por uma política do governo de Goiás, e administrada pelo Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT-UFG) cumpre o propósito de educar para a vida, para o exercício profissional.
Além da formação técnica e tecnológica, há igualmente a oferta de ensino voltado às artes, com cursos de instrumentos musicais e teatro, atendendo, neste âmbito, crianças a partir dos oito anos de idade. Desde cedo, então, vê-se a inclusão social proporcionada pela EPT, ao criar e oferecer condições de ocupação saudável.
Diante da permanente mudança no modo de vida da humanidade e com um cenário de trabalho cada vez mais dinâmico, faz-se urgente mais articulação entre a formação geral e a profissional, para que o cidadão possa se desenvolver individual, social e profissionalmente, e a EPT continua sendo a chave para assegurar condições educacionais, meio de inclusão e inserção no mundo do trabalho.
Moisés Cunha é diretor do Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT-UFG)