A China deverá retirar a suspensão da unidade da BRF, em Rio Verde (GO), de exportar carnes suína e de aves. Os embarques estão proibidos desde março de 2018. É o único frigorífico brasileiro que continua com as exportações suspensas para o país asiático.
A unidade foi alvo de investigações da Operação Trapaça naquela época, desdobramento da Carne Fraca, deflagrada um ano antes. A suspeita era de adulteração em resultados de análises relativas à presença de salmonela nos produtos.
Nos próximos dias, a unidade da BRF, em Rio Verde, passará por uma auditoria virtual de técnicos chineses para liberação e retomada das vendas. De acordo com o site Globo Rural, a expectativa é que o anúncio da retirada da suspensão ocorra em breve.
Outro ponto a favor da medida: celebra os 50 anos das relações comerciais e diplomáticas entre Brasil e China, em 2024. Pode ser marcada por uma medida importante para o agronegócio, em especial para o setor de carnes.
No entanto, a decisão depende exclusivamente do lado chinês, sem definição de prazo para ocorrer, e há o risco de informação truncada atrapalhar o processo.
O governo intermediou a realização da auditoria. O pedido de liberação da planta sempre esteve na mesa de negociação do Ministério da Agricultura com Pequim. Para a planta voltar a ser habilitada, o Ministério dará novamente todas as garantias e o aval aos chineses de que a empresa irá cumprir as regras do protocolo sanitário bilateral.
Conforme o Ministério da Agricultura, a unidade da BRF no sudoeste goiano tem capacidade para abater mais de três mil aves por hora e 800 suínos por dia. A empresa não comentou a informação.
Conforme o Globo Rural, os chineses já habilitaram 43 frigoríficos brasileiros desde o início de 2023.
Foram três rodadas. Na primeira, em março do ano passado, foram quatro plantas. Neste ano, houve aval para 38 estabelecimentos de uma só vez. Em agosto, foi a vez de um abatedouro do Paraná receber a autorização.