quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
BC já torrou US$ 20 bilhões para segurar alta do dólar

BC já torrou US$ 20 bilhões para segurar alta do dólar

Mesmo assim, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 6,14, depois de bater em R$ 6,30. Vale lembrar que há um mês estava em R$ 5,77.

19 de dezembro de 2024

Desde a quinta-feira passada (12/12), o Banco Central (BC) realizou várias intervenções no câmbio para segurar a alta do dólar. Com os leilões desta quinta-feira (19/12), no valor total de US$ 5 bilhões, a autoridade monetária já usou R$ 20,7 bilhões das reservas brasileiras. E, mesmo assim, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 6,14. Entretanto, numa forte oscilação, chegou a custar hoje R$ 6,30. Vale lembrar que há um mês (19/11) a cotação estava em R$ 5,77.

Além do despejo de bilhões de dólares no mercado pelo BC, também ajudou a aprovação do pacote fiscal em primeira votação na Câmara dos Deputados. Antes disso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, realizou uma coletiva de imprensa juntamente com Gabriel Galípolo, seu sucessor. Ambos descartaram a possibilidade de estabelecimento de preço para o dólar.

Por trás da fraqueza recente do real estão as preocupações dos investidores com o cenário fiscal brasileiro, à medida que o governo tenta avançar com suas medidas de contenção de gastos no Congresso. Agentes financeiros temem que os projetos não sejam votados até o fim deste ano ou que as medidas sejam desidratadas. Com ambas as possibilidades podendo compremeter a trajetória das contas públicas.

Inflação e juros

No relatório divulgado nesta quinta-feira, o BC piorou significativamente suas projeções para cumprimento da meta de inflação. Estima que a probabilidade de a inflação ultrapassar a meta está perto de 100% neste ano, contra projeção anterior de 36%.

O IPCA subiu em novembro 0,39%, alcançando no acumulado em 12 meses alta de 4,87%. De acordo com o IBGE, para o índice fechar o ano com uma alta acumulada de 4,5%, o IPCA mensal em dezembro teria que avançar no máximo 0,20%.

Por conta deste cenário todo, o mercado já prevê com 52% de chance do Copom elevar novamente os juros básicos (Selic) em 1,75 ponto percentual na reunião de janeiro de 2025. E com 48% de probabilidade de uma alta de 1,5 ponto, na taxa que atualmente está em 12,25% ao ano.

Saiba mais: Entenda porque o dólar tem valor recorde no Brasil

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