quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Apenas 11% dos jovens brasileiros afirmaram desejo de trabalhar com carteira assinada e 18% como funcionário público.
Três em cada dez jovens brasileiros, entre 18 e 27 anos de idade, têm como maior desejo profissional ter o seu próprio negócio. Quanto maior a escolaridade, maior o interesse em ter a própria empresa. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA.
Outros jovens também revelaram o desejo de trabalhar como funcionário público (18%), viver de renda ou de investimentos (18%), exercer sua profissão como autônomo (12%) e trabalhar como empregado com carteira assinada (11%). E cerca de 8% deles ainda revelou o desejo de não trabalhar.
“A pesquisa nos surpreende pelo fato de que temos um número expressivo de jovens empregados com CLT, cerca de 42% nessa condição. Mas que não querem permanecer como empregados celetistas. Há um movimento em direção a outras formas de trabalho”, disse o professor e pesquisador da Unifesp, Pedro Arantes.
O pesquisador frisou que o levantamento revela que a “juventude não quer ser classe trabalhadora”. “A carteira de trabalho não é objeto de desejo. E entre autônomos e empresários, há uma vontade clara de que eles toquem seu próprio negócio ou sua própria vida sejam como indivíduos-pessoas jurídicas ou pessoas jurídicas-empresariais”, afirmou.
Ainda de acordo com esse estudo, a posição política desses jovens revelou contrastes: aqueles que se identificaram como de esquerda têm maior interesse em ser funcionário público (28%). Diferentemente dos jovens de direita, que são os mais interessados em ter seu negócio (38%).
A pesquisa ouviu 1.034 jovens de todas as regiões do país, que responderam a 55 perguntas, entre 16 e 23 de setembro de 2024. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
