Iniciativa, que teve a parceria da Fieg, reuniu 160 empresários goianos na Casa da Indústria, em Goiânia
Como fazer parte do maior mercado consumidor do mundo? A resposta e o passo a passo de como expandir negócios para a economia norte-americana dominaram a programação do road show Select USA, que foi realizado na última terça-feira (28), na Casa da Indústria, em Goiânia.
O evento, coordenado pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos há oito anos no Brasil, foi realizado pela primeira vez no Centro-Oeste. A iniciativa foi uma correalização da Embaixada dos Estados Unidos da América no Brasil e da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), com organização do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo e do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fieg.
“Os Estados Unidos ocupam posição estratégica no comércio exterior brasileiro, sendo o segundo maior destino das exportações nacionais e a segunda origem das importações. Receber o Select USA pela primeira vez no Centro-Oeste é uma oportunidade para acesso ao mercado da maior economia do mundo, que acaba de iniciar uma nova era, com a transição da presidência para Donald Trump”, afirmou o presidente da Fieg, André Rocha, na abertura do evento.
A programação reuniu 160 empresários goianos de setores da agroindústria e tecnologia, alimentos e bebidas, fármaco, automotivo e vestuário e têxtil interessados em mapear oportunidades e parceiros para operar nos EUA. Foram realizados painéis temáticos sobre o mercado global, tendências da economia e estratégias para internacionalização.
Os empresários participaram da rodada de negócios com representantes dos estados norte-americanos da Flórida, Georgia, Virginia, Iowa, Colorado, Nova Jersey, Carolina do Sul, Carolina do Norte e Kansas.
Hub
“Goiânia, hoje, é um dos hubs de maior interesse para o governo norte-americano por reunir setores estratégicos muito fortes. Estamos atrás de novos negócios inovadores que possam atuar dentro do agronegócio dos Estados Unidos, como produção de alimentos e até mesmo tecnologia e serviços e a capital goiana tem todo esse arcabouço e empresas prontas para operar em solo norte-americano”, afirmou André Leal, especialista em internacionalização do Consulado dos EUA, em São Paulo.
Nesse sentido, a representante do estado da Carolina do Sul, Samantha Spratt, destacou a receptividade do empresariado goiano. “É a nossa primeira vez em Goiânia e as reuniões realizadas foram muito válidas. O Brasil tem muito potencial e percebo que muitas empresas da região podem expandir para os Estados Unidos”, disse.
Já a representante do Condado de Miami, Tatiana Silva, ressaltou o apoio que os estados proporcionam aos investidores que escolhem os EUA para expandir suas empresas. “Viemos para fornecer o ferramental, o apoio e o suporte para que empresários prosperem dentro da nossa região, com um potencial de expansão tremendo ao mercado consumidor dos Estados Unidos.”
Marcelo Henrique (GSA Alimentos),que participou do Select USA, destacou que o grande diferencial do evento foi proporcionar uma visão clara sobre como explorar o mercado norte-americano. Saio do Select USA com caminhos e sugestões de parceiros para darmos continuidade nos contatos”, afirmou.
Cases de sucesso
A programação do Select USA, em Goiânia, incluiu ainda a participação de representantes de empresas que alcançaram sucesso nesse processo de internacionalização da operação para os EUA.
Jerry O’Callaghan, presidente do Conselho da JBS, falou sobre o início da operação da indústria em solo americano, em 1997, quando ainda adotava o nome Friboi. Genuinamente goiana, a indústria de carnes iniciou o processo de internacionalização pelos EUA e hoje, sob a sigla JBS, é uma das líderes globais da indústria de alimentos, sendo a empresa brasileira que mais emprega nos Estados Unidos, com cerca de 70 mil colaboradores.
Apesar do grande porte da JBS, o carro-chefe de atendimento do Select USA é de pequenas e médias empresas. Um exemplo é a Frutos de Goiás, indústria goiana que atualmente exporta para o mercado norte-americano e que iniciou sua operação no frio estado de Utah, alcançando sucesso nas vendas e validando os sabores de picolés.
“Exportação não é bicho de sete cabeças, mas requer planejamento, com validação do produto, saber a hora certa de fazer os investimentos e ter bem claro o propósito que está motivando essa internacionalização”, avaliou o diretor administrativo da Frutos de Goiás, Lucca Koch.
A gerente de Negócios Internacionais da Amcham Brasil, Bárbara Beatriz Maia, complementou que a entrada no mercado norte-americano proporciona um salto quântico para acessar outros mercados internacionais e destacou as oportunidades que se desenham no atual cenário. “
Masterclass
Conduzida por especialistas da Drummond Advisors, escritório parceiro da Embaixada dos Estados Unidos, a masterclass em internacionalização apresentou passo a passo prático sobre como planejar a entrada de empresas no mercado norte-americano.
Para tanto, foram abordados os tipos societários, tributação, legislação trabalhista e captação de investidores nos EUA. Atualmente, a Drummond Advisors possui 175 colaboradores em escritórios nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Miami, Orlando, Nova Iorque e Boston.
“É fundamental estudar o mercado, o cliente e o relacionamento com ele. Temos diferenças culturais e precisamos entender esse processo para nos adaptar e melhorar nossa atuação. Estamos aqui para auxiliar na montagem de todo esse planejamento para que empresas goianas empreendam nos Estados Unidos de forma segura”, explicou Joice Izabel, sócia da Drummond Advisors.