sábado, 15 de março de 2025
Pedro da Matta criou a Audax Capital no interior de Goiás e no ano passado passou de R$ 700 milhões em operações de crédito.
O hobby de ler balanços bancários fez com que um goiano abrisse um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e uma Securitizadora. Assim, Pedro da Matta deu início à Audax Capital. Em 2024, a empresa registrou salto de 170,5% no volume de crédito operado, passando de R$ 261 milhões para R$ 707 milhões.
Além disso, a Audax Capital registrou patrimônio líquido de R$ 224 milhões em 2024. A expectativa é que, neste ano, aumente em torno de 80%, chegando a quase R$ 400 milhões.
Pedro da Matta nasceu em Goiânia. Mas foi criado em São Luís dos Montes Belos, cidade onde a empresa é sediada. Teve a primeira experiência nos negócios aos 16 anos, com organização de festas. Em seguida, abriu uma loja de roupas e até um e-commerce. Contudo, diz que sempre teve uma queda pelo setor financeiro. Em 2015, decidiu criar a Audax.
Pedro da Matta conta que a Audax capta recursos no mercado por meio de investidores qualificados, Family Offices e outros fundos. Com isso, concede créditos para empresas por meio de várias soluções financeiras, como a antecipação de recebíveis, de contratos, capital de giro, entre outros serviços.
“Nosso portfólio de produtos é estrategicamente desenhado para atender diferentes necessidades e segmentos, garantindo flexibilidade e segurança nas operações financeiras”, afirma.
A empresa goiana está presente em mais de 20 estados. Mesmo não atendendo diretamente, a Audax Capital conta com investidores fora do Brasil provenientes dos Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Paraguai e Argentina.
Segundo Pedro da Matta, a sua empresa tem uma carteira bem diversificada, sendo que o agronegócio representa 50% do portfólio. Mas também abrange distribuidores, revendas e indústrias que operam com o plano safra. A outra metade de clientes são compostos por empresas, indústrias e distribuidores de diversos setores. “Estamos falando de cerca de 3 mil clientes”, frisa.
O empresário cresceu numa família ligada ao agronegócio. E esse conhecimento prático foi de grande valia. “Eu cresci vendo as dificuldades do setor, os ciclos de altas e baixas. Sabia que muitos fundos tinham dificuldade em operar nesse ambiente”, diz.
A escolha de manter a sede em São Luís dos Montes Belos, segundo ele, veio pelo fato de acreditar no potencial da região. E descarta a abertura de uma sucursal em outra cidade ou levar a empresa para um grande centro financeiro.
“Observamos que, nos EUA e em diversos países da Europa, grandes empresas prosperam em cidades do interior. Temos plena convicção de que podemos replicar esse modelo, fortalecendo o desenvolvimento local e posicionando São Luís de Montes Belos no cenário nacional”, pontua.
Pedro da Matta explica que os FIDC’s são fundos que investem majoritariamente em direitos creditórios, recebíveis provenientes de vendas a prazo, duplicatas, contratos de aluguel, financiamentos, entre outros.
”Basicamente, empresas podem antecipar receitas futuras ao vender esses recebíveis para um FIDC, transformando ativos ilíquidos em capital imediato”, explica
As principais vantagens para as empresas são o acesso a capital de giro, melhoria do fluxo de caixa, alternativa ao crédito bancário, redução do custo financeiro e otimização da estrutura de capital.
