Os principais fatores estão ligados à má gestão financeira, ausência de planejamento e descontrole dos custos. Saiba como evitá-los.
Os principais fatores que levam ao fechamento precoce de empresas estão ligados à má gestão financeira, à ausência de planejamento tributário e ao descontrole dos custos operacionais. “O empreendedor acredita que está prosperando por vender mais, mas não percebe que está diluindo margem, gerando passivo fiscal e consumindo caixa com ineficiência”, diz Jhonny Martins, contador, advogado e vice-presidente do SERAC.
Embora o aumento do faturamento, a conquista de novos clientes e a expansão territorial sejam comemorados como sinais de sucesso, o especialista alerta para os riscos invisíveis que acompanham esse crescimento. “Sem controle de fluxo de caixa, planejamento tributário e leitura de indicadores, a empresa cresce para fora e implode por dentro”, afirma.
Entre os equívocos mais recorrentes em empresas em fase de expansão, Jhonny Martins destaca a ausência de separação entre finanças pessoais e empresariais. Além da falta de controle diário do fluxo de caixa e a tomada de decisões baseada apenas no faturamento, desconsiderando a lucratividade.
Outro erro frequente é expandir a operação sem reavaliar a carga tributária. Martins observa que muitas empresas mantêm regimes fiscais inadequados ao novo porte da organização. “O resultado são impostos mais altos do que o necessário e risco de autuações por desenquadramento fiscal”, frisa.
Para evitar esses gargalos, o executivo recomenda a implementação de uma gestão financeira, ainda que em pequena escala. “É essencial contar com uma contabilidade ativa, ferramentas de controle e relatórios periódicos que apontem margem de contribuição, ticket médio, inadimplência e ponto de equilíbrio”, orienta.
O planejamento tributário também deve ser tratado como parte da estratégia de crescimento. Além disso, Martins reforça que os indicadores financeiros não devem servir apenas para monitoramento, mas precisam embasar decisões estratégicas. “Não existe crescimento sustentável sem dados. Negócios que escalam com base em feeling correm o risco de afundar justamente quando parecem prosperar”, frisa.
Empresas que adotam uma gestão orientada por números e mantêm previsibilidade financeira têm maior poder de negociação com fornecedores, acesso a crédito mais competitivo e são mais atrativas para investidores. “A organização financeira não apenas protege o negócio em tempos de crise, como também valoriza a empresa no mercado. Em um ambiente altamente competitivo, ela é um ativo invisível, mas decisivo”, conclui Jhonny Martins.
Como evitar: Mantenha contas separadas e formalize o pró-labore. Evite retiradas informais do caixa.
Como evitar: Use ferramentas de gestão para acompanhar entradas e saídas em tempo real.
Como evitar: Analise margem de contribuição, custos fixos e ponto de equilíbrio antes de ampliar operações.
Como evitar: Reavalie periodicamente o regime tributário e adeque-o ao porte e à atividade da empresa.
Como evitar: Consulte especialistas a cada alteração no escopo, faturamento ou modelo de operação.
Como evitar: Monitore métricas como inadimplência, ticket médio e lucratividade com regularidade.
Como evitar: Tenha uma contabilidade atuante e relatórios consistentes, mesmo em empresas de menor porte.