quarta-feira, 16 de julho de 2025
Aclara deve produzir imãs permanentes em Goiás

Aclara deve produzir imãs permanentes em Goiás

São amplamente utilizados em motores elétricos, geradores, alto-falantes, discos rígidos, sensores e outras aplicações.

18 de junho de 2025

A multinacional Aclara Resources deve iniciar no primeiro trimestre de 2026 o projeto Carina, em Nova Roma (GO), para produzir concentrado de terras raras pesadas. Segundo o vice-presidente executivo da companhia, José Augusto Palma, a expectativa é obter a licença prévia até o final deste ano.

Em seguida, a empresa vai requerer a licença de instalação (LI) e solicitar uma autorização para iniciar as obras preliminares. “Isto nos permite preparar os acessos, o acampamento. Quando tivermos a LI, poderemos executar com maior velocidade a construção”, disse Murilo Nagato, Country Manager da Aclara no Brasil.

Segundo ele, a construção deve começar em 2027, com conclusão das obras e início de operação em 2028. A expectativa é que o empreendimento, que demanda investimentos de US$ 600 milhões, opere por pelo menos 22 anos.

Imãs

Palma salienta que há vários fatores que diferenciam a Aclara de outras empresas que atuam no segmento de terras raras, começando pela qualidade do projeto em Goiás. “É um projeto realmente de classe mundial, geologicamente quase idêntico ao que se encontra na China, e com teores importantes de terras raras pesadas. Outros projetos têm mais terras raras leves”, disse.

O executivo revelou também que está nos planos da multinacional produzir em Goiás as ligas metálicas com as terras raras para, através de parcerias estratégicas. Com isso, poderá produzir os ímãs permanentes.

A principal característica do imã permanente é sua capacidade de manter o magnetismo por longos períodos, diferentemente de eletroímãs, que precisam de corrente elétrica. Amplamente utilizados em motores elétricos, geradores, alto-falantes, discos rígidos, sensores e outras aplicações que exigem campos magnéticos estáveis.

Aparecida de Goiânia

Recentemente a empresa instalou, em Aparecida de Goiânia, uma planta piloto que estava operando no Chile, para processamento da argila iônica extraída do depósito de Carina. Obtendo carbonato de terras raras, com 95% de pureza. Foram investidos R$ 30 milhões.

A planta piloto, com capacidade para processar 250 toneladas, objetiva verificar a compatibilidade do processo com as argilas iônicas do depósito Carina. Além dos objetivos técnicos e operacionais. A tecnologia de processamento, que é patenteada pela Aclara, denomina-se coleta mineral circular.

Outro propósito é servir de vitrine, principalmente para Nova Roma, que o processo da empresa “é limpo e amigável” do ponto de vista ambiental, de acordo com José Augusto Palma.

O grupo Hochschild, dono de aproximadamente 60% da Aclara, tem mais de 100 anos de operação na América Latina. O grupo CAP, do Chile, tem 10% e está há 70 anos no mercado, tanto na área industrial, como na de mineração.

“Temos dois acionistas que estão pensando em criar uma nova indústria a longo prazo. Estamos tomando decisões estratégicas que nos posicionam para poder fazer interação vertical, capitalização, e isso é o que realmente nos diferencia”, afirmou o dirigente.

Saiba mais: Aclara investirá quase R$ 3 bilhões em Goiás

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