O mercado imobiliário brasileiro (e goiano) tem batido recordes em vendas, faturamento e lucro. Segundo o relatório “Incorporadoras Q4 2024”, elaborado pela Grant Thornton, divulgado nesta semana. De acordo com o estudo, o setor registrou aumento de 18,6% nos lançamentos em 2024 no país, em comparação com 2023. As vendas cresceram 20,9%.
Já o lucro líquido combinado das incorporadoras saltou 104% no quarto trimestre, totalizando R$ 1,7 bilhão. No acumulado de 2024, o setor atingiu lucro de R$ 5,3 bilhões, alta de 88% em relação ao ano anterior. E a margem líquida aumentou de 27,4% (mar/23) para 31,3% (dez/24).
Evidentemente, os custos do setor também cresceram: 19,9% em média no ano passado. Principalmente com despesas administrativas (aumento de 10,1%) e comerciais (13,5%).
Já um levantamento elaborado pelo Estadão/Broadcast, com as 13 maiores incorporadoras listadas na Bolsa de Valores, aponta que nem mesmo a alta dos juros tem afetado o mercado da construção civil. Juntas, essas 14 incorporadoras faturaram R$ 1,3 bilhão, aumento de 63,6% em comparação com 2023.
Em Goiás, segundo dados da Ademi-GO, as vendas registradas no ano passado totalizaram R$ 7,7 bilhões em unidades residenciais. Ou R$ 8,2 bilhões considerando também unidades comerciais, hotéis e incorporações horizontais. Um recorde.
O primeiro trimestre de 2025 trouxe uma tendência de liquidez ainda maior para o ano. Quando comparado o volume de vendas de 2024 ao de 2025, no primeiro trimestre, Goiânia teve um crescimento de 47% na soma dos valores das unidades vendidas. Esse crescimento acentuado indica que 2025 deve superar o ano anterior.
Não por acaso, Goiânia se tornou o terceiro maior mercado imobiliário do país. E, apesar da alta dos juros, tem mantido o crescimento neste ano. No primeiro trimestre de 2024, o setor lançou 1,3 mil novos apartamentos. Já nos primeiros três meses deste ano foram 2,5 mil. Neste mesmo período, 2,6 mil imóveis novos foram comercializados na cidade.
Apesar do mercado aquecido, analistas apontam para alguns desafios para o mercado imobiliário do país e, claro, também em Goiás. O principal é a alta dos juros básicos do Banco Central, elevados para 15% ao ano, que têm impacto na economia a médio prazo. Ou seja: no segundo semestre deste ano. Especialmente com o aumento do custo do financiamento imobiliário.
Além disso, há uma pressão por aumento nos custos da construção, que pode impactar especialmente os segmentos médio e alto padrão. Além disso, o ambiente econômico atual levanta preocupações com o aumento dos distratos e dos custos com IPTU e condomínio de imóveis devolvidos.
Estes fatores podem gerar um crescimento mais gradual nos próximos meses, exigindo das incorporadoras mais cautela em relação a novos lançamentos. A tendência é que o setor continue se consolidando, mas com um ritmo mais lento.