Empresários goianos criticam as frequentes declarações de auxiliares do governo estadual sobre a redução de incentivos fiscais no Estado. Lideranças do setor produtivo receberam hoje (dia 28) na FIEG a secretária estadual da Economia, Cristiane Schmidt, reunião marcada pela preocupação quanto à manutenção dos incentivos fiscais concedidos às indústrias que investiram em Goiás. Em visita […]
Empresários goianos criticam as frequentes declarações de auxiliares do governo estadual sobre a redução de incentivos fiscais no Estado. Lideranças do setor produtivo receberam hoje (dia 28) na FIEG a secretária estadual da Economia, Cristiane Schmidt, reunião marcada pela preocupação quanto à manutenção dos incentivos fiscais concedidos às indústrias que investiram em Goiás. Em visita ontem (dia 27) na Assembleia, Schmidt enfatizou que o Estado estuda promover mudanças nos programas de benefícios para atração de investimentos privados afirmando que os atuais geram renúncia fiscal de R$ 8 bilhões.
Presidente da Fieg, Sandro Mabel vê como equívoco a atual postura do governo de Ronaldo Caiado (DEM) de romper o acordado com as indústrias que se instalaram no Estado. “O empresário também tem uma série de contas à pagar. No balanço contábil das indústrias, o incentivo não vai para o bolso de ninguém. Ele serve para investimentos, para viabilizar que o produto que é feito em Goiás tenha competitividade frente ao que é produzido em outros Estados”, disse o empresário.
Sandro Mabel apresentou dados da área técnica da FIEG que indicam que o Estado deixa de arrecadar quase R$ 1 bilhão ao ano devido à ausência de uma política de incentivo à industrialização dos grãos produzidos no Estado. Segundo o presidente da Fieg, o Mato Grosso do Sul já trabalha com sucesso nesse sentido, ao estimular que 50% da produção local seja industrializada no Estado.
“O modelo gera aumento na arrecadação de impostos e, principalmente, divisas de cerca de R$ 400 milhões pagos em salários nos novos empregos gerados. É bom para o Estado, para o comércio, para a indústria e, sobretudo, para a população”, frisou Sandro Mabel.
A secretária da Economia voltou a apresentar dados gerais sobre as dificuldades fiscais de Goiás. Disse que, atualmente, 97% das receitas do tesouro estadual são comprometidas com o pagamento da folha dos servidores, dívidas e precatórios. “Hoje o caixa do Estado é para pagar funcionalismo e dívidas. Precisamos ter margem para fazer políticas públicas. Queremos sentar junto com o setor produtivo para ver como é possível contribuir nesse sentido. Identificar onde tem gordura nos incentivos para que possamos ampliar a base de arrecadação do Estado”, afirmou.
Curiosamente, a secretária da Economia afirmou que Goiás não é uma terra arrasada, discurso que vinha sendo adotado pelo novo governo estadual desde a campanha eleitoral, mas Schmidt disse que o Estado vive um momento fiscal extremamente difícil e defendeu ser fundamental que o Estado adote uma postura mais estratégica para conter o déficit, inclusive com redução da máquina pública. Afirmou ainda estar aberta para o diálogo e para trabalhar de mãos dadas com o setor produtivo. (Com informações da FIEG)