A economia brasileira voltou a entrar em recessão. Agora, oficialmente. Apesar de acumular crescimento de 0,9% nos últimos 12 meses, até março deste ano, no primeiro trimestre de 2019 o Produto Interno Bruto (PIB) recuou (-0,2%) em relação ao quarto trimestre de 2018, na série com ajuste sazonal. Em valores correntes, totalizou R$ 1,714 trilhão. […]
A economia brasileira voltou a entrar em recessão. Agora, oficialmente. Apesar de acumular crescimento de 0,9% nos últimos 12 meses, até março deste ano, no primeiro trimestre de 2019 o Produto Interno Bruto (PIB) recuou (-0,2%) em relação ao quarto trimestre de 2018, na série com ajuste sazonal. Em valores correntes, totalizou R$ 1,714 trilhão. Foi o primeiro resultado negativo nessa comparação desde o quarto trimestre de 2016. Ou seja: se o crescimento econômico está muito aquém da necessidade do País, depois de quatro anos de recessão, nada indica que vá melhorar no decorrer deste ano. Pelo contrário.
A Agropecuária (-0,5%) e a Indústria (-0,7%) recuaram, enquanto os Serviços subiram 0,2%. Nas atividades industriais, a queda foi puxada pelas Indústrias Extrativas (-6,3%), Construção (-2,0%) e Indústrias de Transformação (-0,5%). Já a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 1,4%. No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços caíram (-1,9%), enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 0,5% em relação ao trimestre anterior.
Comparado a igual período de 2018, o PIB brasileiro avançou apenas 0,5% no primeiro trimestre de 2019. Mas a Agropecuária registrou variação negativa (-0,1%) em relação a igual período do ano anterior. Este resultado se explica, principalmente, pelo desempenho de produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada.
A indústria teve retração (-1,1%), com maior queda nas Indústrias Extrativas (-3%), puxada principalmente pelo recuo da extração de minérios ferrosos. A Indústria de Transformação teve retração (-1,7%), influenciada, principalmente, pela queda da fabricação de equipamentos de transportes; indústria farmacêutica; fabricação de máquinas e equipamentos e fabricação de produtos alimentícios. Houve queda também na Construção (-2,2%), a vigésima consecutiva da atividade.
A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana cresceu 4,7%, favorecida pela vigência da bandeira tarifária durante o primeiro trimestre de 2019. Os destaques foram Informação e comunicação (3,8%), Atividades Imobiliárias (3,0%) e Outras atividades de serviços (1,4%). Os demais resultados positivos foram: Comércio atacadista e varejista (0,5%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,3%) e Transporte, armazenagem e correio (0,2%).
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2019 aumentou 0,9% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Dentre as atividades industriais em alta estão Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,3%), Extrativa Mineral (0,6%) e Indústria da Transformação (0,1%). Já a Construção sofreu contração (-2,0%).
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2019 foi de 15,5% do PIB, acima do observado no mesmo período de 2018 (15,2%). A taxa de poupança foi de 13,9% no primeiro trimestre de 2019 (ante 15,4% no mesmo período de 2018). No primeiro trimestre de 2019, a Renda Nacional Bruta atingiu R$ 1,677 trilhão contra R$ 1,621 trilhão em igual período de 2018. Nessa mesma comparação, a Poupança Bruta atingiu R$ 237,5 bilhões contra R$ 253,5 bilhões. A Necessidade de Financiamento alcançou R$ 32,3 bilhões ante R$ 23,9 bilhões no mesmo período do ano anterior.