Faltam gente, energia elétrica e políticas públicas para incentivo à industrialização em Goiás, segundo empresários em debate na Fieg.
Faltam gente, energia elétrica e políticas públicas para incentivo à industrialização. A reclamação sobre essas três demandas prementes da agroindústria goiana foi feita pelo empresário José Carlos Garrote, líder do grupo São Salvador Alimentos (SSA), nesta quinta-feira (18/8) na Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).
“Temos um déficit de 800 colaboradores e mantemos um programa permanente de contratação com 300 vagas abertas. Queremos contratar, mas não tem pessoal disponível para acompanhar o crescimento da empresa”, disse Garrote. Segundo o empresário, o cenário na agroindústria goiana é de excesso de emprego e falta de pessoas, na contramão do crescimento e desenvolvimento do setor.
“Precisamos criar condições para atrair pessoas e a Fieg e o Senai têm sido grandes parceiros nossos nessa qualificação”, destacou Garrote, ao ressaltar que investir em educação é a solução, mas o resultado é a longo prazo. “No curto e médio prazo, é preciso investir em inovação para minimizar o problema da falta de mão de obra. Fazer mais e melhor com menos pessoas exige tecnologia”, frisou.
Para o presidente da Fieg, Sandro Mabel, uma grande característica que a SSA possui é o investimento em treinamento, mas que ainda não é um exemplo seguido por muitas indústrias instaladas no Estado, o que prejudica um maior desenvolvimento da mão de obra local. “Precisamos dessa mobilização do setor e a Fieg tem capacidade de investimento para trabalhar projetos nesse sentido em parceria com a indústria. Só neste ano, estamos treinando 20 mil pessoas em TI e nossa meta é formar cerca de 100 mil profissionais da área nos próximos anos para a indústria 4.0”, afirmou.
Outros dois pontos destacados pelo empresário José Garrote foram a questão energética e a falta de uma consistente política pública de incentivo à industrialização. “Temos um déficit muito grande de energia no Estado. Nosso crescimento não condiz com a disponibilidade do insumo”, disse.
Quanto às políticas de incentivo à industrialização, o empresário foi taxativo: “O sucesso dos países desenvolvidos está intimamente ligado ao desenvolvimento de uma indústria forte. O Brasil ainda não entendeu isso. Precisamos industrializar, criando meios para isso! Nossas dificuldades são imensas, mas não são intransponíveis”, disse.
A opinião foi compartilhada por Sandro Mabel, que reiterou bandeira de agregar valor à produção goiana. “Temos a matéria-prima, mas incentivamos a exportação ao invés da industrialização. Precisamos mudar essa visão. A exportação não gera arrecadação, não melhora a vida das pessoas e nem promove o desenvolvimento do País. A Fieg tem batido nessa tecla durante toda minha gestão”, frisou.
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