Com uso de tecnologia de ponta e foco em práticas mais sustentáveis, mais goianas estão no comando de propriedades rurais no Estado.
Com uso de tecnologia de ponta e foco em práticas mais sustentáveis, mais goianas estão no comando de propriedades rurais no Estado. Uma delas é Ana Carolina Zimmermann, de 28 anos. Engenheira de produção, ela conta que até há pouco mais de dois anos não se via na condição de produtora rural. Mas acabou abraçando o desafio, depois de sua família adquirir a propriedade que era de seus avós, a Fazenda Ribeirão, em São João D’Aliança, na região Nordeste de Goiás.
Desde janeiro do ano passado, a jovem está à frente da propriedade. Ana Carolina conta que o pai, Sérgio Zimmermann, engenheiro agrônomo, é o mentor de tudo. Ele entende de pastagens e faz um trabalho com biotecnologia para a sobrevivência com qualidade das pastagens na seca.
De imediato, Ana Carolina investiu no aplicativo JetBov, ferramenta de dados offline que voltada para gado de corte. Na Fazenda Ribeirão são monitorados atualmente cerca de 1.030 cabeças de gado de recria, a maioria nelore e angus. Isto permite gerenciar manejo de campo, de curral, escritório e análise de dados de maneira estratégica.
“Foi uma iniciativa pioneira na região”, conta Ana Carolina ao EMPREENDER EM GOIÁS. Ela diz que o software permite ainda fazer controle de estoque, compras, nota fiscal e fluxo de caixa. E acrescenta que a propriedade já tinha aptidão para gado e o investimento foi feito para ter retorno mais rápido.
Entre abril e maio do ano passado, os animais foram colocados no pasto. Em agosto deste ano ocorreu o primeiro abate. Entretanto, adverte: “É um negócio com retorno de médio a longo prazo. Então é preciso se preparar para isso.”
Para Ana Carolina, o diferencial é a atenção ao bem-estar, tanto das pessoas envolvidas como dos animais e dos stakeholders. Terá início a pesquisa humanizada com os stakeholders, que são funcionários (quatro diretos), colaboradores, prestadores de serviço, amigos e familiares. “Queremos ouvir as pessoas e trazer cursos para a região. É preciso olhar para a gente, para o meio ambiente, fazer essa integração entre o campo e a cidade”, justifica.
A empreendedora goiana diz que acompanhou o abate das primeiras cabeças no frigorífico, para saber sobre o aproveitamento de carcaça, qualidade da carne. E também teve o feedback dos primeiros consumidores da carne produzida na fazenda, que aprovaram o produto.
Para aprimorar e se firmar na atividade, ela revela que pretende se aproximar de universidades e fazer parcerias. “Queremos ser modelo, referência. Precisamos entender e utilizar as tecnologias disponíveis”, diz. Sobre a participação ativa das mulheres nas atividades agropecuárias, Ana Carolina pondera que ainda há muito a ser feito, principalmente por mulheres empreendedoras. “É preciso que outras mulheres se arrisquem e façam parte dessas redes. Só assim iremos furar a bolha”, propõe.
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O trabalho que ela faz é incrível! Como ela entende as demandas e como ela lidera a equipe faz toda a diferença. Acompanhei a transformação desde que ela chegou lá, é impressionante.