As mulheres têm se tornado cada vez mais donas do próprio negócio em Goiás, onde 42% das empresas abertas em 2022 foram por elas.
Fabiana Silva Cavalcante tinha 35 anos de idade quando decidiu abandonar a carreira na área da computação e criar o próprio negócio como forma de conciliar trabalho e maternidade. Se tornou personal organizer. Além de executar as tarefas nas casas de clientes e ser mentora de novos profissionais da área, é também responsável pelo comercial, marketing e finanças de sua empresa, a Fabi Cavalcante Personal Organizer. “No futuro penso em ter a minha própria equipe, pois acredito o empreendedorismo é o caminho de todos os trabalhadores”, afirma.
A empresária Fabiana Silva é exemplo de um fenômeno em Goiás: as mulheres têm se tornado cada vez mais donas do próprio negócio. E ainda buscam conciliar a maternidade e o convívio familiar. No ano passado, 42% das empresas constituídas no Estado foram por pessoas do sexo feminino. É um porcentual bem superior ao de 1980 (21%), por exemplo. Das 3,7 milhões de mulheres goianas, 39% (1,435 milhão) estão empregadas ou trabalham por conta própria ou são empreendedoras.
Este é o retrato do estudo Perfil da Empreendedora Goiana, elaborado pelo Sebrae Goiás em parceria com a UFG e colaboração da Escola Superior Associada de Goiânia e da JUCEG. O estudo mostrou que as mulheres empreendedoras permanecem sendo a maioria na categoria serviços domésticos (93%). Seguido de atividades de atenção à saúde humana integrada com assistência social prestada em residências coletivas e particulares, com 80%. Quase a totalidade das empresas é individual na natureza jurídica. A idade média das empreendedoras é de 41 anos.
As cidades com o maior número de empreendedoras, proporcional à população total, são Mimoso de Goiás (55%), Lagoa Santa (55%), Nova Iguaçu (51%), Gouverlândia (51%) e Alto Paraíso (50%).
Um ponto que chamou a atenção da coordenadora da pesquisa e analista do Sebrae, Polyanna Marques Cardoso, é que quanto maior o grau de estudo da empreendedora, mais elevada é a sua renda. A renda média por perfil ocupacional da dona do negócio é de R$ 4.396,20, enquanto o da trabalhadora por conta própria é de R$ 1.383,60. A da empregada é de R$ 1.996,90.
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, afirma que o estudo serve de parâmetros para a definição de políticas públicas. Frisou que o grande desafio é trabalhar para elevar o grau de instrução das empreendedoras goianas. Além disso, o Sebrae trabalha, também, no incentivo de capacitação e oferece ferramentas para que as empreendedoras saiam da informalidade.
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