Frigoríficos goianos vão retomar exportações para a China

As indústrias de carnes do Estado retomarão suas atividades normais nos próximos 15 dias, para garantir estoques visando as exportações para a China. As vendas ao mercado chinês estavam suspensas desde 23 de fevereiro, após a descoberta de um caso atípico da doença da vaca louca no Pará. O país asiático – o maior parceiro dos frigoríficos goianos – anunciou nesta quinta-feira (23/3) que concordou em retomar imediatamente as importações de carne bovina do Brasil, de animais com menos de 30 meses.

Há um mês, os dois frigoríficos goianos habilitados a exportar carne para a China (JBS, em Mozarlândia; e Minerva, em Palmeiras de Goiás) e para outros países, reduziram seus abates de animais e chegaram a conceder férias coletivas aos trabalhadores. Mas, a partir de agora, voltarão a trabalhar com a capacidade regular, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado de Goiás (Sindicarne), Leandro Stival.

Cerca de 62% das exportações brasileiras de carne bovina – 60% de Goiás – tiveram como destino a China no ano passado. Um protocolo bilateral assinado em 2015 por Brasil e China estabelecia a suspensão imediata e voluntária das exportações da carne bovina brasileira em caso de identificação de EEB, mesmo sendo atípico. Após a detecção do caso do Pará, o Brasil suspendeu voluntariamente a venda de carne bovina ao gigante asiático.

Arroba

Apenas nos meses de janeiro e fevereiro o Brasil chegou a exportar 120 mil toneladas de carne bovina para a China. Deste total, 60% saíram dos dois frigoríficos goianos habilitados a emitir o certificado internacional para aquele país. Goiás é o 3º maior exportador de carnes do Brasil, atrás de São Paulo e de Mato Grosso.

Leandro Stival acredita que de 30 a 60 dias será possível sinalizar como ficarão os preços da arroba do boi gordo. Isto porque, para estes primeiros abates serão apenas cumpridos os contratos que já tinham sido assinados. Mas, ele afirma que o retorno das exportações de carnes para a China beneficia toda a cadeia produtiva da carne.

Demanda

É previsto que a demanda chinesa por carne bovina brasileira continue aumentando em 2023, resultando em um total de 3,52 milhões de toneladas. Esse número representa um crescimento esperado de 2% em relação ao volume importado em 2022. Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada na assessoria para o comércio exterior, a retomada das exportações de carne bovina para a China é uma notícia muito positiva.

“O Brasil é um grande exportador de carne bovina para a China, e a suspensão das exportações impactou negativamente o setor. A retomada é fundamental para o país continuar sendo um importante fornecedor de proteína animal para o mercado chinês”, afirmou.