Depois de forte alta na pandemia, custo da construção apresenta estabilidade em Goiás, mas os preços dos imóveis continuam a subir. Entenda.
O custo da construção civil tem apresentado estabilidade neste ano em Goiás. Isto, depois de apresentar altas de até 20% ao ano durante a pandemia, o que também elevou consideravelmente os preços dos imóveis novos no Estado. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Goiás (Sinduscon-GO), o Custo Unitário Básico (CUB) apresentou alta de 1,05% em junho em relação a maio deste ano. O valor referencial do custo médio por metro quadrado é de R$ 2.349,35 em Goiás.
Apesar disto, no acumulado deste ano (janeiro a junho) este aumento dos custos no setor é de 2,12% em média. Nos últimos 12 meses, de 3,14%. Para comparação, o IPCA acumula alta de 2,87% no primeiro semestre deste ano e de 3,16% nos últimos 12 meses. Portanto, o custo da construção civil em Goiás tem acompanhado a inflação oficial do País.
Entretanto, o setor ainda prevê elevações graduais nos preços dos imóveis nos próximos dois anos. Segundo o Sinduscon-GO, para corrigir uma defasagem de aproximadamente 10%. Presidente da entidade, Cezar Mortari afirma ao EMPREENDER EM GOIÁS que esse índice é a diferença entre o CUB e o IPCA dos últimos três anos.
“É uma situação que vivemos nos últimos 40 meses, que está se normalizando, mas o CUB ainda está acima do IPCA”, afirma. Mortari frisa que há exatos dois anos, em junho de 2021, no auge da pandemia, o CUB chegou a registrar 19,9% ao ano. Contudo, desde esse recorde, manteve a tendência de queda. Para ele, a tendência é de a inflação do setor da construção acompanhar os índices oficiais da inflação, entre 3% e 4% ao ano, nos próximos meses.
“Trata-se de uma defasagem antiga, não quer dizer que o preço vá subir agora, de uma vez. Mas ainda haverá recomposição”, diz. “Quem vem de empreendimentos longos, não pode ficar atrás do IPCA, é preciso recompor”, justifica.
O presidente do Sinduscon-GO afirma ainda que o valor real do custo unitário do setor seria de pelo menos R$ 4 mil o metro quadrado. Isso porque na formação dos custos não estão considerados itens como fundações, rebaixamento do lençol freático, elevador e equipamentos. Além de instalações como aquecedores, bombas de recalque, incineração, ventilação, playground e serviços complementares, como urbanização, recreação e ajardinamento.