quarta-feira, 1 de maio de 2024
Juros: Fieg volta a criticar conservadorismo do BC

Juros: Fieg volta a criticar conservadorismo do BC

Copom reduz os juros básicos em mais 0,5 ponto, o que gera críticas da Fieg, por acreditar que há espaço para o BC ser mais agressivo.

1 de novembro de 2023

Mabel: “Entendemos que o Brasil comporta uma redução mais robusta dos juros”

Lideranças empresariais de Goiás criticaram a decisão nesta quarta-feira (1/11) do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A taxa básica de juros (Selic) teve novo corte de 0,5 ponto porcentual e agora está em 12,25% ao ano. Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel considerou ainda tímido diante da atual conjuntura econômica.

“Entendemos que o Brasil comporta uma redução mais robusta dos juros. Ao avaliarmos o cenário de queda da inflação, expectativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e de redução da taxa de desemprego, por exemplo. Só assim vamos incentivar a realização de investimentos com reflexos na economia ainda em 2023″, enfatiza Mabel.

O assessor econômico da Fieg, Cláudio Henrique Oliveira, diz que a tendência é que o crédito fique mais barato com a queda da taxa básica. “Esse movimento incentiva a produção e o consumo. Ao estimular a atividade econômica, reduzem-se o controle sobre a inflação e a atuação do Banco Central na política monetária. O Brasil precisa aumentar a produção industrial. É isso que agrega valor e proporciona um ciclo de prosperidade”, afirma.

Comércio

Para a presidente em exercício da Fecomércio-GO, Irma Fernandes, a nova redução dos juros pelo BC mostra o bom momento da economia brasileira. Isto, apesar do cenário externo desfavorável. Segundo ela, a manutenção da trajetória de redução da taxa Selic é um indicativo de confiança na retomada do crescimento sustentado.

“Para o setor do comércio de bens, serviços e turismo de Goiás, o corte reafirma as projeções de ótimas vendas na Black Friday e Natal. Além da venda de pacotes de viagens para as festas de fim de ano. Nossa expectativa é de um Natal com resultados melhores que os de 2019, antes da pandemia. Com geração importante de empregos temporários e permanentes no comércio”, frisa.

Irma Fernandes: “Nova redução dos juros pelo Banco Central mostra o bom momento da economia brasileira”

Corte dos juros

O Copom do Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira, como previsto, por mais um corte de 0,5 ponto na Selic, para 12,25% ao ano. Tratou-se de uma decisão unânime entre os membros do Comitê. Foi terceiro corte seguido de juros neste ano, mas no mesmo ritmo de 50 pontos base. A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado.

“O ambiente externo mostra-se adverso, em função da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países e de novas tensões geopolíticas. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário exige atenção e cautela por parte de países emergentes”, informou o Copom em nota.

“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação. Mas segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação, enquanto as medidas mais recentes de inflação subjacente ainda se situam acima da meta para a inflação”, frisou a nota.

Saiba mais: BC projeta lenta redução para os juros básicos

Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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