De operadora de caixa a dona de supermercados

Genilda Oliveira Cavalcante teve seu primeiro contato com o setor de supermercado no início dos anos 2000, quando morava no Rio de Janeiro. Ela começou a trabalhar como operadora de caixa, chegou a ser fiscal e depois a gerente de loja. “Tive a sorte de ter um ex-patrão iluminado, que me ensinou muito”, conta. No Rio ela se casou com Hamilton Nobre Cavalcante. Ele atuava na área de restaurante e logo decidiram empreender.

A princípio, pensaram em montar um restaurante, mas Genilda ponderou que sua experiência em supermercado seria fundamental. “O raciocínio é que pode ter a crise que for, mas ninguém deixa de se alimentar”, relata ao EMPREENDER EM GOIÁS (EG). Com a filha bebê, o casal decidiu se mudar do Rio em função da violência na cidade. Piauiense de nascimento, mas criada em Trindade desde os 7 anos, Genilda sugeriu montar o negócio no município goiano.

Em 2009, o casal abriu o Supermercado Cavalcante, em uma área construída de apenas 47 metros quadrados em Trindade. Eram apenas Genilda e Hamilton. “Enfrentamos muitas dificuldades, mas sempre tivemos um objetivo claro: vender qualidade”, diz. Em 2010 foi possível ampliar o mercado, com padaria, açougue e hortifrútis. Também foi neste ano que o casal construiu a sede própria, com 1,7 mil metros quadrados de área. “É uma loja linda, moderna, completa”, orgulha-se Genilda.

Em 2021, abriram a segunda unidade em sede própria no mesmo município. No ano passado, o casal empreendedor adquiriu mais uma filial. Em julho deste ano, a quarta, todas em Trindade. Hoje a rede Supermercados Cavalcante tem cerca de 200 colaboradores.

Financiamento

Genilda Cavalcante foi a primeira empresária a assinar contrato durante a Caravana da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), em Goiânia, nesta semana. Contemplada pela linha FCO Mulher Empreendedora, além dos juros subsidiados e condições favoráveis, o acesso a essa linha de crédito marca a história que ela viveu.

“Estava buscando financiamento no banco e na época a empresa estava registrada só em meu nome. Cheguei a ser orientada de colocar meu marido como sócio para ter mais ‘credibilidade’”, lembra. “Agora, tive acesso a uma linha de crédito específica para mulheres como eu”.

Genilda contratou um financiamento de R$ 1,5 milhão. Os recursos serão investidos em tecnologia e gestão de pessoas. “Vamos ampliar os processos e estamos sempre procurando inovar, não podemos parar, nos acomodar”, ensina. Para tanto, ela conta que participa de palestras, cursos e das principais feiras do setor. Inclusive todos os anos vai a São Paulo participar da maior feira do segmento.

Leia também: Chocolate artesanal goiano conquista mercados