domingo, 28 de abril de 2024
Carros eletrificados devem bater recorde em 2024

Carros eletrificados devem bater recorde em 2024

Presidente da ABVE, o goiano Ricardo Bastos, prevê que o setor deverá superar a marca de 120 mil unidades vendidas no Brasil em 2024.

23 de dezembro de 2023

“Vamos dobrar as vendas. É um crescimento forte e sustentável”, diz Ricardo Barros

O presidente da Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Barros, está confiante que 2024 será o ano de recorde nas vendas de carros eletrificados no Brasil. Mesmo com as dificuldades a serem enfrentadas pelo setor, o executivo antecipa que o recorde acontecerá em meados do próximo ano. Quando o setor deverá superar a marca de 120 mil unidades vendidas no mercado brasileiro.

“Algo fantástico. Vamos dobrar as vendas. É um crescimento forte e sustentável”, afirmou o goiano de Morrinhos em entrevista ao EMPREENDER EM GOIÁS. Ricardo Barros, que também é diretor de Relações Institucionais e Governamentais da GWM Brasil, destacou ainda que a eletrificação do transporte coletivo urbano está adiantada. Citou o exemplo de Goiânia, que iniciou experiência com ônibus elétricos.

Como estão as vendas de veículos eletrificados no Brasil?

As vendas de veículos eletrificados registram mais um ano de recorde. Novembro foi a primeira vez que superamos as 10 mil unidades vendidas durante um mês. Isso considerando os veículos híbridos, híbridos plug-ins e elétricos. Para este ano, estávamos prevendo 80 mil e já chegamos em 77 mil. Devemos atingir 90 mil, pois ainda temos as vendas de dezembro. Em 2022, vendemos menos 50 mil unidades. Ou seja, vamos praticamente dobrar as vendas. Algo fantástico.

É uma onda ou é um crescimento sustentável?

O crescimento de vendas de veículos híbridos plug-ins e elétricos tem sido muito constante, muito forte. Em 2022, vendemos menos 50 mil unidades. Ou seja, vamos praticamente dobrar as vendas. Algo fantástico. Isso significa que as pessoas estão experimentando e estão gostando. Tecnologia muito forte, ganhos que você tem de performance, conforto, silêncio. As pessoas têm preferido os plug-ins. Isso é um dado muito importante. Então, temos crescimento de vendas e da eletrificação em direção aos plug-ins.

Quais são as perspectivas para 2024?

Mesmo com os impactos em decorrência da decisão do governo de aumentar o imposto de importação, esperamos um novo recorde. Cada empresa vai estabelecer uma estratégia para lidar com essa situação. Vamos trabalhar muito para absorver o máximo possível os efeitos deste aumento. Mas, obviamente, ele vai ter um impacto. Teremos de repassar uma parte para o consumidor. Mesmo com todas as dificuldades, acho que no meio do ano que vem vamos superar as 120 mil unidades vendidas. Será um ano de crescimento da eletrificação da mobilidade.

E a produção?

Outro fato importante é que 2024 marcará o início da produção nacional de híbridos e, quem sabe, híbridos plug-ins, com bateria de lítio. Atualmente, nós temos a produção de híbridos leves com bateria de níquel.

Quais os planos da ABVE em relação aos pontos de recarregamento?

Essa rede tem crescido. Agora, o desafio é que ela seja de carregadores rápidos, de até meia hora, 40 minutos ou no máximo 1 hora. Estamos trabalhando para agilizar a instalação dessas redes e os associados da ABVE estão investindo. O papel da ABVE tem sido de juntar os órgãos do governo que cuidam da regulação, inclusive para conseguir financiamento pelo BNDES. Empresas que têm postos de combustíveis já estão trabalhando com pontos de carregamento usando a própria estrutura.

Como estão as providências para instalação de corredores de carregamento?

A ideia é ter corredores com estrutura de carregamento ligando as principais cidades. Por exemplo, Goiânia a Brasília. Num futuro próximo, Goiânia a São Paulo. Logo, teremos mais pontos de carregamento entre as cidades.

A participação de Goiás no ranking nacional de carros eletrificados tem crescido?

Goiás está na 10ª colocação. Acredito que em Goiás há possibilidade de avançar quando houver mais disponibilidade de picapes e SUVs eletrificadas no mercado. A isenção do IPVA para carros eletrificados, por exemplo, é uma importante vantagem de Brasília, que está em 6º lugar no ranking. Mas, já estamos conversando com o governo de Goiás para também conceder a isenção do IPVA para veículos eletrificados. Isso ajuda muito, porque essa isenção é para o consumidor. Não é para a empresa. Isso motiva o consumidor a comprar um veículo eletrificado.

Qual estágio em que se encontra a eletrificação do transporte coletivo urbano?

A eletrificação do transporte coletivo urbano também está adiantada. Goiânia está começando uma experiência com ônibus elétricos numa primeira linha, o que é uma vantagem para a população. Quando uma pessoa tiver a experiência de andar num ônibus elétrico, ela jamais vai querer andar num ônibus com motor a combustão. O conforto, o silêncio, o funcionamento do ônibus mais estável, sem trancos, é uma experiência única. Quem viaja num ônibus elétrico chega descansado em casa ou no trabalho. Melhora a qualidade de vida das pessoas. O reconhecimento da população será muito importante para que os políticos tomem a decisão.

E o transporte de cargas?

A eletrificação também chegou ao segmento de caminhões de carga. Também para o caminhão elétrico na cidade, sem barulho e sem poluição.

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Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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