terça-feira, 30 de abril de 2024
Safra de soja apresenta perdas irreversíveis

Safra de soja apresenta perdas irreversíveis

A colheita da soja avança e consolida o cenário de quebra da safra brasileira de forma irreversível, em razão do El Niño.

18 de janeiro de 2024

A colheita da soja avança e consolida o cenário de quebra da safra brasileira de forma irreversível. Inclusive em Goiás. Principal motivo: o El Niño de forte intensidade. Ele tem causado falta de chuvas e altas temperaturas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul do país.

Com o clima irregular ao longo do plantio e durante o desenvolvimento das lavouras nas diferentes regiões, a safra apresenta quebra que já supera 15,3 milhões de toneladas em todos os estados. Diferente da temporada 2015/16, quando o fenômeno El Nino também foi de alta intensidade, nessa temporada os estragos foram maiores. Principalmente devido à maior precocidade das lavouras.

Uma das consequências foi o replantio recorde de 2,9 milhões de hectares, sem contar as áreas abandonadas para dar lugar ao algodão. “O replantio acaba gerando prejuízo não apenas à safra de soja, pois incorre em novos custos e parte de um potencial produtivo menor, como também à segunda safra de milho. Pois compromete a janela ideal para a semeadura”, explica o coordenador da expedição Rally da Safra, André Debastiani”

A Agroconsult aponta para uma safra 2023/24 de 153,8 milhões de toneladas. Trata-se de 3,7% inferior à temporada passada, com uma produtividade média de 56,1 sacas por hectare (60 na safra 2022/23). A área plantada cresceu 2,9% para 45,7 milhões de hectares.

Áreas produtoras

Os técnicos percorreram o Oeste do Mato Grosso e a região da BR 163, em áreas de soja precoce. O baixo volume de chuvas, aliado às altas temperaturas, acarretou perdas de estande e abortamento de vagens, afetando seriamente as lavouras mais precoces. O clima favoreceu também a incidência de pragas. O replantio no estado é recorde e ultrapassa 1 milhão de hectares (8,5% da área).

“As lavouras que estão sendo colhidas agora são as piores e as mais afetadas pela seca. As áreas com variedades de ciclo médio e tardio, apesar de também terem sofrido, apresentam melhores condições, pois receberam chuvas após a segunda quinzena de dezembro. O receio agora recai sobre o possível excesso de chuvas durante a colheita nas próximas semanas”, diz.

O Sudoeste de Goiás traz um cenário muito semelhante ao do Mato Grosso. Com atraso significativo na regularização das chuvas e altas temperaturas. O início da colheita na região confirma resultados abaixo da expectativa dos produtores.

Saiba mais: Agro: planejamento e precaução são as diretrizes

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