quarta-feira, 1 de maio de 2024
Cachaça goiana se destaca nacionalmente pela qualidade

Cachaça goiana se destaca nacionalmente pela qualidade

A Philmont, produzida em Silvânia, ganhou prêmios nacionais. A meta agora é ampliar a produção atual de 20 mil litros por ano.

21 de janeiro de 2024

Filemon Machado mostra as cachaças premiadas que são produzidas no município de Silvânia

Um empresário goiano tem chamado atenção com a qualidade da cachaça produzida em um alambique em Silvânia (GO), a 86 quilômetros de Goiânia. Trata-se da Philmont, que ganhou a medalha de ouro em destaque sensorial na ExpoCachaça, evento realizado em Minas Gerais. É um dos mais importantes reconhecimentos do segmento.

Filemon Silva Machado, proprietário do alambique, conta que a participação na ExpoCachaça ocorreu de maneira despretensiosa. O evento, que é realizado no Centro de Convenções de Belo Horizonte, chega a ter de 400 a 500 estandes montados por edição. Entretanto, é possível participar da competição com o envio de amostras.

Foi desse modo que Filemon participou da edição de 2020. “A gente só enviou as amostras e depois recebeu o resultado. Graças a Deus, fomos sorteados. Nós ganhamos a medalha de ouro com a Philmont Extra Premium, na categoria de madeiras estrangeiras, que normalmente é o carvalho europeu. É uma medalha especial”, afirma o empresário ao EMPREENDER EM GOIÁS.

A sua cachaça também ganhou a medalha de prata na categoria Premium, quando fica de dois a três anos no barril, segundo classificação do Ministério da Agricultura. No ano seguinte, voltou a receber medalha de prata com a Philmont Reserva Especial e no mérito sensorial com a Extra Premium.

Começo

Filemon conta que o seu pai foi a grande inspiração para entrar no ramo. Ele era um ótimo degustador da boa e velha cachaça de roça. Detalhe: não bebia. “Ele tinha esse dom de conhecer as boas cachaças da região da Estrada de Ferro. Assim, me incentivou. Disse: meu filho, se você for mexer com algum negócio algum dia, monta um alambique, mas tem que ser uma cachaça boa”, relembra.

Com o tempo, Filemon entendeu o processo que leva a cachaça a ser saborosa e respeitada. Segundo o empresário, o ponto para se ter uma boa cachaça é colocar ainda em estado puro dentro de um barril. Não é o barril em si que irá consertar a bebida. Mas, sim, o momento exato para deixá-la em confinamento.

“Tem que ter uma graduação alcoólica adequada, ser bastante pura e ter higiene na moagem, na destilação. Tudo isso para poder conseguir um produto de alta qualidade. A gente sempre trabalhou e trabalha assim”, enfatiza.

Demandas

O empresário conta que, atualmente, consegue produzir 20 mil litros por ano. Atualmente, os produtos só podem ser adquiridos somente no próprio alambique em Silvânia. Entretanto, ele afirma que dá passos bem pensados em relação à venda em massa. O objetivo é aumentar a produção nestes próximos dois anos para chegar a outros estados.

Filemon explica que para chegar à atual qualidade, precisa deixar a bebida em um processo de envelhecimento, que pode chegar a até 10 anos. “Eu tenho um estoque relativamente bom, que eu venho guardando, produzo pouquinho, guardo, produzo, guardo. Nós não temos capacidade produtiva para oferecer o produto no mercado e fazer uma grande venda. Mas, estamos trabalhando isso lentamente. Temos registro no Ministério da Agricultura, na Receita Estadual e na Receita Federal”, afirma.

Filemon também descarta a exportação do produto. Segundo ele, é um processo difícil e teme sobre os riscos do negócio devido às restrições e rigidez de normas de alguns países. “Não vejo ainda grandes vantagens de exportar. O mercado nacional para o produto de alta qualidade está aberto e tem ótimo potencial”, afirma.

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