Segundo o Sifaeg, o volume de investimentos na expansão da produção de etanol em Goiás dependerá de novos incentivos fiscais.
O setor sucroenergético brasileiro estima investimentos de mais de R$ 50 bilhões até 2030. Deste total, Goiás poderá receber de R$ 5 bilhões a R$ 15 bilhões. O volume de recursos dependerá de políticas de incentivos fiscais do Estado. A informação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha.
A pauta vem sendo debatida com o governo de Goiás. A Sifaeg frisa que outros estados já estão adotando medidas para o crescimento da produção de cana-de-açúcar e de milho.
“Contamos com bons incentivos fiscais, que são oferecidos para todas as indústrias. Em 2003, quando o setor sucroenergético ganhou notoriedade a partir do carro flex, a região Centro-Oeste se transformou na nova fronteira do etanol. Foi onde mais se teve investimentos nos últimos anos. Porém, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul melhoraram a política de incentivos fiscais nos últimos anos, o que não aconteceu em Goiás”, afirma André Rocha ao EMPREENDER EM GOIÁS.
Há dois anos, Mato Grosso do Sul não contava com nenhuma planta de etanol de milho. Atualmente, já são duas de grande porte. Goiás tem cinco indústrias flex, ou seja, produzem etanol por meio do processamento da cana-de-açúcar ou do milho.
“Nós tivemos investimentos em expansão de etanol de milho em usinas flex, mas eles foram menores que os realizados em estados vizinhos. Por isso, estamos trabalhando junto ao governo para mudar as políticas tributárias para atrair novos investimentos. E, a partir daí, a busca eficiente de produção de biogás e biometano”, diz André Rocha.
O avanço nesses estados já é perceptível. O governo de Minas Gerais anunciou investimentos do segmento na casa de R$ 14 bilhões. Em Mato Grosso serão investidos R$ 15 bilhões e em Mato Grosso do Sul, R$ 6 bilhões.
André Rocha afirma que Goiás teve uma safra recorde de cana-de-açúcar no ano passado, com 76 milhões de toneladas. Apesar disso, o estado caiu da segunda para a terceira posição. Foi ultrapassado por Minas Gerais, que produziu mais de 79 milhões de toneladas. Em relação ao etanol de milho, também caiu do segundo para o terceiro lugar. A vice-liderança está com Mato Grosso do Sul, logo atrás de Mato Grosso.
Quando considerado o etanol anidro, que se mistura à gasolina, Goiás ficou em terceiro lugar no ano passado (ultrapassado por Mato Grosso). Apesar das oscilações, ainda é o segundo estado com maior produção de etanol do país, perdendo apenas para São Paulo.
Ao todo, Goiás conta com 38 usinas. É o segundo estado com maior quantidade de unidades, mas 23 delas possuem negócios em outros estados. “Há uma década, Goiás tem a mesma safra de cana e isso é um reflexo da competitividade. Há seis anos, Mato Grosso do Sul produzia apenas três vezes o que Goiás produzia de etanol de milho. Hoje, aumentou para dez. E Mato Grosso do Sul superou Goiás em apenas um ano”, afirma o presidente da Sifaeg.