Fusão forma um gigante com 34 marcas, mais de 2 mil lojas (entre próprias e franquias) e faturamento combinado de R$ 12 bilhões.
Está oficializada a esperada fusão entre as varejistas Arezzo e Grupo Soma. É considerado o maior negócio do mercado de moda brasileiro, após dois anos de especulações. Forma um gigante com 34 marcas, mais de 2 mil lojas (entre próprias e franquias) e faturamento combinado de R$ 12 bilhões.
A fusão também cria uma das maiores empresas de moda da América Latina, além de sinergias de produtos, que são complementares para os dois lados. A operação vai se dar por meio de troca de ações. Os acionistas da Arezzo&Co ficarão com 54% da empresa combinada, enquanto os acionistas do Grupo Soma passarão a deter 46%. As companhias citaram que a união vai permitir “a preparação dessa nova empresa para plugar outras verticais de negócio”.
A nova companhia terá como presidente-executivo Alexandre Birman, atual presidente da Arezzo&Co. A unidade de vestuário feminino será dirigida por Roberto Luiz Jatahy Gonçalves, atual presidente do Grupo Soma. O executivo Rony Meisler permanecerá como presidente da unidade AR&Co e Thiago Hering continuará comandando a Hering, comprada pelo Grupo Soma em 2021.
“O surgimento dessa nova empresa acarreta grandes oportunidades de geração de valor adicional, tais como o desenvolvimento das categorias de calçados e bolsas nas marcas do Grupo Soma gerando alavancagem de receita, otimização da gestão dos canais de multimarcas, e-commerce e, principalmente, franquias” e otimização de fábrica de malharia da Hering, afirmaram as empresas.
Será a maior fusão do varejo desde a união da Droga Raia com a Drogasil, em 2011. Para Ricardo Thomazinho, sócio e especialista em direito societário e empresarial no Urbano Vitalino Advogados, a perspectiva para o mercado de fusões e aquisições em no Brasil é positiva para 2024.
“Com a tendência de diminuição dos juros, aumenta o apetite de investidores em empreender. Com isso, aumentam as oportunidades de celebração de negócios entre empresas, inclusive fusões e aquisições”, diz.
Por outro lado, ressalta o especialista, o Brasil ainda tem a pecha de país burocrático e caro para fazer negócios, o que repele muitos investidores. “Dependemos de avanços legislativos e de reformas fiscais que são e continuarão sendo lentas, com um Parlamento que tem dificuldade em conciliar os múltiplos interesses envolvidos. Mesmo assim, o país se beneficia de outros fatores, especialmente num contexto de conflitos internacionais que acabam por redirecionar certos negócios ao Brasil, país com enorme mercado, mão de obra barata e relativa tranquilidade”, afirma Thomazinho.