sexta-feira, 3 de maio de 2024
Medicamentos: Anvisa trava investimentos em Goiás

Medicamentos: Anvisa trava investimentos em Goiás

Por falta de registros, indústrias de medicamentos em Goiás não têm como fazer novos lançamentos e investimentos em expansão.

23 de abril de 2024

As 29 indústrias farmacêuticas do Estado de Goiás estão enfrentando um dilema, a exemplo do que ocorre no setor em todo o Brasil. Fizeram investimentos maciços, em torno de R$ 150 milhões, em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos para posteriores lançamentos no mercado.

Contudo, não podem colocar as máquinas para funcionar. Porque estão parados, há mais de dois anos, os pedidos de aprovação e registros dos produtos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde.

O presidente executivo do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas em Goiás (SindFargo), Marçal Henrique Soares, diz ao EMPREENDER EM GOIÁS que as indústrias do setor estão travadas. “Se as empresas não têm como trabalhar com novos produtos, também não fazem novos investimentos em expansão e em contratação de mão de obra”, afirma.

O executivo faz coro às reclamações da diretoria do Grupo FarmaBrasil, que representa as empresas do setor em todo o País. Segundo a entidade, faltam servidores analistas na Anvisa para apreciar os processos de aprovação de novos medicamentos das empresas.

Marçal Henrique: “Empresas não fazem novos investimentos em expansão”

Investimentos

De acordo com o BNDES, há R$ 17 bilhões parados em investimentos e centenas de pedidos de registros de produtos à espera de análise pela Anvisa há até três anos. Para a vice-presidente do Grupo FarmaBrasil, Adriana Diaféria, medidas como o aumento do número de funcionários da Anvisa são necessárias para “gerar um fluxo de trabalho e aprovação regular” de medicamentos, de forma a dar “previsibilidade” ao setor.

Em Goiás, as indústrias produzem mais de 1,5 bilhão de unidades de medicamentos por ano e geram mais de 16 mil empregos diretos. Essa produção, segundo Marçal, poderia ser bem maior se as empresas tivessem em mãos os registros para produção de novos produtos.

Falta pessoal

A própria Anvisa admitiu, conforme o jornal Valor, que há lentidão nas análises dos processos por falta de funcionários. “Os longos prazos de fila a que os candidatos a medicamentos são submetidos no país não são fruto de inércia do quadro de gestores e servidores da agência, mas sim do quantitativo de recursos humanos incompatível com o tamanho do mercado de medicamentos do Brasil”, informou.

Entre 2007 e 2023, o número de funcionários na agência federal caiu de 2.360 para 1.491. Pelos cálculos do SindFargo, a Anvisa precisaria de, no mínimo, mais 1 mil servidores para cuidar das análises dos processos das empresas.

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