sábado, 8 de fevereiro de 2025
Goiânia precisa mesmo de polos empresariais?

Goiânia precisa mesmo de polos empresariais?

A economia de Goiânia é a 15ª maior do país, mas tem perdido terreno para outras cidades. Mas uma solução é criar novos polos empresariais?

19 de maio de 2024

André Rocha: “A criação de novos polos seria importante para atrair novas empresas”

A economia de Goiânia é a 15ª maior do país, com um Produto Interno Bruto (PIB) avaliado em quase R$ 60 bilhões (dados do IBGE) em 2021. Entretanto, a capital goiana tem perdido terreno nacional (caiu duas posições no ranking das maiores economias do país) e também estadual.

A capital é o principal polo comercial e na área de serviços de Goiás. Entretanto, Goiânia precisa de novos polos empresariais para impulsionar seu desenvolvimento econômico? Sim. É a opinião unânime dos presidentes das principais entidades empresariais do Estado ouvidos pelo EMPREENDER EM GOIÁS.

Estas lideranças do setor produtivo comparam o desenvolvimento econômico de outras cidades, como Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Anápolis. Principalmente com atração de indústrias.

O economista Aurélio Trancoso aponta que o setor de serviços é o que mais gera empregos em Goiás, com mais de 60% do PIB do estado. “A indústria farmacêutica, a área de tecnologia e os polos logísticos de distribuição são alguns dos setores que podem ser explorados”, sugere.

Diversificar economia

O primeiro vice-presidente da Fieg, André Rocha, destaca a importância de diversificar a economia da capital. “Goiânia tem forte atuação em construção civil, confecções, indústrias gráficas, mobiliário e alimentos. Mas a criação de novos polos seria importante para atrair novas empresas ou para a transferência de empresas já existentes para espaços urbanos mais adequados”, afirma.

André Rocha sugere a região Noroeste da capital como local ideal para a instalação destes polos, devido à disponibilidade de terrenos, mão de obra e proximidade da ferrovia Norte-Sul.

“A instalação de um polo industrial ou de polos de comércio valorizam a região, movimentam o mercado imobiliário e contribuem com o desenvolvimento da cidade, além de gerar empregos”, ressalta.

O presidente-executivo da Adial Goiás, Edwal Portilho, defende a criação de um programa específico para atração de investimentos em indústrias não poluentes. “Goiânia também tem potencial para se tornar um polo de centros compartilhados de serviços das grandes companhias do agronegócio”, aponta.

Portilho cita Rio Verde como exemplo. “A renda per capita dobrou após a chegada da indústria”, diz. “Isso só é possível onde há um comércio forte, investimento em geração de emprego e circulação de riqueza”, explica. Ele também cita Aparecida de Goiânia, que já conta com diversos polos industriais e comerciais.

Marcelo Baiochi: “Goiânia historicamente nunca investiu em polos industriais”

Potenciais

“Goiânia historicamente nunca investiu em polos industriais”, critica o presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi. “As poucas indústrias que existiam aqui acabaram mudando para outros locais”, frisa.
Baiocchi ressalta que a instalação de novos polos gera um efeito multiplicador na economia, atraindo comércio, serviços e consequentemente, mais empregos.

“Goiânia tem muitas áreas, principalmente na periferia, que podem ser destinadas a distritos industriais. Não precisam ser grandes polos. Pode-se pensar em médios, para pequenas e médias indústrias”, sugere.

O presidente da Acieg, Rubens Fileti, critica a estagnação da capital em relação à criação de novos polos. “Goiânia tem potencial para explorar polos de tecnologia, indústrias limpas, centros comerciais e centros de serviços compartilhados. Mas isso não se fez em gestões anteriores”, lamenta.

“Isso é muito importante para gerar emprego, renda, inovação e atrair novos investimentos. Goiânia precisa aproveitar suas potencialidades para se tornar uma capital moderna e competitiva”, conclui.

O presidente da Facieg, Marcio Luís da Silva, defende a revitalização do Centro de Goiânia e o estímulo ao crescimento econômico em bairros mais afastados. “É importante melhorar os polos já existentes e criar novos em regiões mais afastadas da região central da capital. Para absorver a mão de obra local e reduzir a necessidade de longos deslocamentos”, afirma.

Entretanto, Silva destaca a vocação de Goiânia para o setor de serviços e defende investimentos nessa área. “É campeão em geração de empregos e pode ser impulsionado com políticas públicas adequadas”, defende.

Leia também: Goiânia pode ter distrito vertical de tecnologia

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One thought on “Goiânia precisa mesmo de polos empresariais?”

  1. Jose Carlos disse:

    Concordo em gênero número e grau com todos, porém é necessário uma participação política “ muito” mais relevante das ENTIDADES em orientar seu representados em suas escolhas políticas , apresentar projetos de acordo com as necessidades de cada setor empresarial e região para que sejam defendidos por seu representantes eleitos , que as decisões políticas sejam fundamentadas nesse conhecimento e acompanhadas por essas lideranças .
    Existe um conceito “ANTIGO” de algumas entidades não devem se envolver em política, mas não é mais nossa realidade hoje……., etc