Em 12 meses, conforme o Índice FipeZap, os preços subiram 14,49% na capital, ficando atrás apenas de Curitiba (14,65%)
Goiânia foi a capital que registrou o segundo maior aumento no preço de imóveis do país no período de 12 meses, segundo dados do índice FipeZap. Os imóveis ficaram 14,49% mais caros. Com o resultado, a capital goiana fica atrás apenas de Curitiba, capital do Paraná, onde o aumento foi de 14,65%.
Os dados fracionados mostram que a cidade está pulsando uma valorização. Isso porque, no mês passado, os imóveis ficaram 1,17% mais caros em comparação a junho e, nos sete primeiros meses do ano, o acumulado chega a 7,47%, sendo o quarto maior aumento do país nesse período.
Em Goiânia, o preço do metro quadrado chegou a R$ 7.643, sendo o 10º mais alto entre as capitais, conforme o índice FipeZap.
Valorização
Segundo o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, a valorização dos imóveis vem em concordância com a mudança do Plano Diretor da cidade. Na opinião dele, houve uma reordenamento dos locais onde se pode construir.
“O Plano Diretor atual limita o local onde se pode construir nas áreas de alto adensamento. Ele limitou em sete vezes e meia a área de um terreno em relação à área privativa construída. No Plano Diretor anterior, isso podia chegar a 12 vezes. Então, onde eu fazia 100, 120 apartamentos, eu estou fazendo só 75. Ou seja, você tem o custo do terreno que não reduziu e construindo menos unidades naquele mesmo espaço onde você construíamais. Então, isso está elevando um pouco o preço”, justifica.
Além disso, ele destaca o custo da produção, levando em consideração os materiais e mão-de-obra especializada – que tem sido escassa. “Isso pressiona o custo da mão de obra, porque você tem mais de uma dezena de milhares de postos de trabalho na construção civil abertos que não são preenchidos. Então, esse impacto no preço eleva o custo da mão de obra”, ressalta, ressaltando ainda que o mercado no meio está aquecido, o que acirra a máxima da oferta e demanda.
Localização
Felipe Melazzo lembra que a valorização dos imóveis em Goiânia está muito pela sua centralização, o que acaba tornando a cidade como “capital” de outros estados brasileiros.
Além disso, aqui tem uma grande concentração de serviços, especialidades médicas, serviços de arquitetura, psicologia, advocacia, entre outros. Ressalta ainda a segurança e o agronegócio para mais investimentos na cidade.
“Isso é muito diferente quando você fala de Goiânia em relação às outras capitais do país. Na capital, hoje, você pode andar com o celular na mão, à noite, de dia, e não é assaltado. Então, isso é um ponto, um fator de grande relevância”, afirma.
Lembra também da importância do agronegócio. “O PIB de Goiás foi o dobro do PIB dos outros estados da federação. Enquanto o Brasil cresceu pouco mais de 2%, Goiás foi quase 5%. Então, isso está refletindo nesses investimentos, nessa busca de moradia e investimento na nossa capital”, justificou.
Segundo ele, o setor imobiliário tem percebido que alguns empresários e produtores rurais de outros estados estão fixando base residencial e até de escritório em Goiânia. Isso, explicou, em função dos atributos de Goiânia, mas mantendo seus negócios lnos outros estados.
Ele ainda pontua que, apesar dos problemas de gestão e até mesmo comuns em cidades grandes, Goiânia ainda conta com um trânsito menos caótico que os de outras cidades, além de oferecer uma melhor qualidade de vida para os moradores.
Estratégia
Para o presidente do Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi-GO), Antônio Carlos da Costa, a curva de oferta e demanda é explicada não como um grande deslocamento entre quantidade de imóveis e pessoas querendo comprar, mas, sim, pelo receio do consumidor a uma possível disparada da inflação e que busquem o investimento em algo concreto.
“Nós vivemos um momento de instabilidade. Não está claro ainda para o mercado, vamos falar assim, que existe um controle da dívida pública e do déficit fiscal. Essa insegurança faz com que as pessoas saiam, às vezes, de uma aplicação financeira e vá para um bem de raiz”, frisa, ao se referir a segurança do investimento em imóveis.