segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Brasileiros têm quase R$ 7 trilhões investidos

Brasileiros têm quase R$ 7 trilhões investidos

Os investimentos das pessoas físicas no Brasil cresceram 7,6% no primeiro semestre de 2024 em relação a dezembro de 2023.

14 de agosto de 2024

Os investimentos das pessoas físicas no Brasil cresceram 7,6% no primeiro semestre de 2024 em relação a dezembro de 2023, totalizando R$ 6,96 trilhões. Segundo dados divulgados  pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Quase R$ 1 trilhão estava na caderneta de poupança, quando se observa a alocação por tipos de aplicação financeira. O montante engloba os segmentos private, varejo alta renda e varejo tradicional.

O volume do private avançou 3,3% em relação a dezembro de 2023, totalizando R$ 2,18 trilhões no fim de junho. O segmento tem 162,7 mil contas e 66,8 mil grupos econômicos, como famílias. Já o varejo somou R$ 4,77 trilhões, com uma alta de 9,6%.

O valor está dividido em R$ 2,33 trilhões no varejo tradicional e R$ 2,44 trilhões no de alta renda. Os dois segmentos têm 170,2 milhões de contas, que não representam CPFs únicos. Já que cada pessoa pode aplicar em mais de um produto e ser cliente de mais de uma instituição.

Renda fixa em alta

Considerando os três segmentos, mais da metade do total de recursos estava alocado em renda fixa no fim de junho. A fatia nessa categoria, que engloba as opções mais conservadoras, cresceu 10,1%, num total de R$ 370,9 bilhões a mais do que o volume registrado em dezembro.

O crescimento foi o terceiro maior, segundo a associação. Ficou atrás apenas do avanço na categoria previdência (10,8%) e volume financeiro do segmento “outros” (14,8%), classificação da Anbima que contempla recursos em caixa ou conta corrente e outros ativos não identificados.

Na avaliação do presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.  Ademir A. Correa Júnior, a preferência pela renda fixa ocorre por alguns motivos. Entre eles, está o cenário macroeconômico pautado pela taxa básica de juros, a Selic, a dois dígitos. “A Selic está muito atrativa”, disse Correa Júnior.

Poupança

Observando a alocação dos investidores por tipos de instrumento, a categoria títulos e valores mobiliários é a que representa o maior volume (45%). Em segundo lugar, aparecem os fundos de investimentos (24,7%), com R$ 1,72 trilhão, seguidos de previdência (16,6%) e poupança (13,7%). Ou seja, a poupança ainda conserva quase R$ 1 trilhão dos poupadores brasileiros.

Os títulos de valores mobiliários que tiveram o maior crescimento entre o fim do ano passado e junho deste ano foram os isentos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com crescimento de 25,5%, e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), com alta de 22,9%. Em junho, os CRIs totalizaram R$ 78,7 bilhões. Os CRAs, R$ 114,3 bilhões. A maior parte desses avanços ocorreu no varejo, que registrou um crescimento de 34% no volume de CRAs e de 40,2% no de CRIs.

O crescimento do volume financeiro das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) foi bem mais modesto que os dos certificados isentos de imposto: 3,6% nos dois casos. “

As regras do CMN Conselho Monetário Nacional, no início deste ano limitaram as empresas que podem emitir e aumentaram os prazos de carência de LCIs e LCAS, o que reduziu a atratividade para muitos investidores. Apesar disso, o atual patamar de juros continuou favorecendo o investimento nesse tipo de produto e aumenta a procura por esse tipo de ativo”, disse Corrêa Junior.

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