Embora Goiás responda por apenas 8,2% das queimadas no Cerrado, os incêndios já causaram prejuízos de R$ 181,7 milhões ao agronegócio goiano.
Embora Goiás responda por apenas 8,2% das queimadas no Cerrado, os incêndios já causaram prejuízos de R$ 181,7 milhões ao agronegócio goiano entre julho e setembro deste ano. Segundo levantamento da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Considera os cultivos de feijão, cana-de-açúcar, milho, tomate, sorgo, batata inglesa e algodão. Esse valor não engloba custos com infraestrutura, maquinários, pastagem, custo de recuperação ou replantio.
Entretanto, o governador Ronaldo Caiado estima que, na economia goiana como um todo, o impacto dos incêndios pode chegar a R$ 1,5 bilhão até o final do ano. O Sul goiano detém mais de R$ 46,58 milhões dos prejuízos nas colheitas, cerca de 25,6% do total. Em seguida, estão o Sudoeste (24,8%), o Entorno do Distrito Federal (13,6%) e o Nordeste (11,4%).
No acumulado de 2024 até 19 de setembro, o bioma Cerrado já apresentou 62.357 focos de incêndios. Liderado por Mato Grosso, responsável por 16.676 pontos. Goiás respondeu por 8,2% dos focos, segundo o BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados do acumulado do ano, até agosto de 2024, mostram que a área produtiva queimada é de quase 102 mil hectares no estado. Na produção agrícola, os municípios mais atingidos são Itumbiara, Quirinópolis, Gouvelândia, Água Fria de Goiás e Padre Bernardo.
Por meio da Operação Cerrado Vivo, o Corpo de Bombeiros Militar já realizou 2.061 atendimentos neste ano em propriedades rurais em Goiás. Em 2023, foram 1.197 atendimentos.
O Estado tem intensificado o monitoramento de incêndios em áreas agrícolas e as ações de combate ao fogo. “A secretaria tem realizado campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção de incêndios florestais e reforçado os estudos técnicos que demonstram o impacto dessas queimadas sobre o solo e o meio ambiente. Além disso, temos trabalhado em parceria com produtores rurais e entidades competentes, buscando alternativas e estratégias para lidar com esse desafio”, disse o secretário estadual Pedro Leonardo Rezende (Seapa).
Em julho deste ano, por meio do decreto 10.503, o governador Ronaldo Caiado suspendeu o uso de fogo na vegetação. Com exceção de casos expressamente autorizados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Em agosto, por meio decreto 10.539, declarou situação de emergência em 20 municípios goianos afetados por “incêndios em áreas não protegidas, com reflexos na qualidade do ar”. O documento autoriza, por 180 dias, a dispensa de licitação para aquisição de materiais e contratação de pessoal.