As vendas pelo Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) cresceram 424% na Região Metropolitana de Goiânia no segundo trimestre de 2024, se comparadas ao mesmo período do ano passado. É um crescimento quase dez vezes superior à média brasileira. Segundo dados da Brain Inteligência Estratégica, a pedido da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (ADEMI-GO).
No segundo trimestre deste ano, totalizaram 860 imóveis comercializados com incentivo do programa federal na capital e em Aparecida de Goiânia. Contra 164 unidades no mesmo período de 2023.
As expectativas de vendas são ainda maiores para o futuro, se considerar o número de lançamentos de novos imóveis dentro da faixa do MCMV nas duas maiores cidades goianas. No segundo trimestre deste ano, foram 1.080 unidades lançadas, contra 64 no mesmo período de 2023. Um impressionante crescimento de 1.587%. No final do primeiro semestre deste ano, havia oferta de 1.094 imóveis, enquanto no ano passado eram 855 no período.
Eles refletem o aumento de vendas de imóveis dentro do MCMV em Goiânia e Aparecida de Goiânia. A Vega Incorporações, por exemplo, que atua fortemente neste segmento na Região Metropolitana, registrou aumento médio de 22% nas suas vendas no primeiro semestre de 2024. Somente no empreendimento Residencial Max Cidade, em Aparecida de Goiânia, 70% dos apartamentos comercializados foram dentro do MCMV. Com valor médio de R$ 258 mil por unidade. Os clientes têm renda familiar entre R$ 4,4 mil e R$ 7 mil.
Carolina Lacerda, Gerente de Desenvolvimento Imobiliário da empresa, afirma que o crescimento de vendas é fundamental por seu aspecto social. “Ampliar o acesso a programas como o MCMV contribui para a redução da desigualdade habitacional no Brasil e, em particular, em Goiás. As novas regras beneficiam, especialmente, aquelas famílias que antes ficavam na “zona cinzenta”, que ganhavam pouco para conseguir um financiamento tradicional. Mas um pouco mais do que o limite antigo permitia para obter subsídios”, avalia.
Ela ressalta ainda que as mudanças podem ajudar diversas famílias “abrindo portas para mais estabilidade e crescimento patrimonial no longo prazo”.
As vendas pelo Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) no Brasil cresceram em 46% no segundo trimestre de 2024, em relação ao mesmo período de 2023. Nesse período deste ano, foram vendidas 39 mil unidades vinculadas ao programa. O valor total das vendas também teve aumento de 54%, já que passou de R$ 11 bilhões para mais de R$ 17 bilhões. Os números são do estudo “Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º trimestre de 2024”, apresentado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Segundo o presidente da CBIC, Renato Correia, um dos principais fatores que contribuíram para o crescimento é o aumento dos limites de renda para os beneficiários. As faixas 1 e 2 do programa promovido pelo Ministério das Cidades tiveram seus limites aumentados. O limite de renda mensal da faixa 1 aumentou de R$ 2.640 para R$ 2.850 e o limite de renda mensal da faixa 2 passou de R$ 4.400 para R$ 4.700.
Renato Correia diz que o programa tem facilitado a aquisição de imóveis. Apesar dos prazos de 35 anos, as quitações costumam ser encerradas em média com 12 a 15 anos. “Isso mostra o quanto a habitação empodera a família e dá uma condição de estudar, trabalhar e melhorar a renda”, frisa.