segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Terras em Goiás estão entre as mais valorizadas do País

Terras em Goiás estão entre as mais valorizadas do País

Em cinco anos, conforme a Scot Consultoria, a valorização das terras agrícolas em Goiás chegou a 170%. Já a de terras de pastagem foi de quase 135%.

24 de janeiro de 2025

As terras agricultáveis e de pecuária em Goiás estão entre as mais caras do País e lideram no Centro-Oeste. O valor médio do hectare de terras para lavouras está em R$ 47,3 mil no estado. Trata-se do terceiro maior preço médio, perdendo apenas para o Paraná (R$ 59,2 mil) e São Paulo (R$ 58,2 mil).

Já o custo médio do hectare das terras destinadas às pastagens está em R$ 23,8 mil. Este preço está abaixo apenas do valor médio das terras em São Paulo, Paraná e Espírito Santo. Os dados constam do Relatório de Terras da Scot Consultoria.

Nos últimos cinco anos, a valorização das terras agrícolas em Goiás chegou a 170,9%. Puxada pela expansão das lavouras na Região Norte, especialmente, em Porangatu.

O Sudeste Goiano puxou a valorização média em 7,1%. Enquanto em São Miguel do Araguaia houve desvalorização do preço em 10,6%, embora em cinco anos tenha ocorrido alta de 216,4%.

De 2020 a 2024, a maior valorização das terras de pastagens ocorreu em Rio Verde (171,1%), seguido de São Miguel do Araguaia (150,7%). Este mesmo cenário foi observado nos últimos 12 meses na Região Sudeste, com alta no preço médio de 26%. Em seguida vem o Sul de Goiás, com valorização de 19,3%.

No Brasil, os preços das terras mais que dobraram, com alta de 113%. O valor médio do hectare passou de R$ 14,8 mil para R$ 31,6 mil. As fazendas com pastagem valorizaram ainda mais, com alta de preços da ordem de 116%. Desempenho superior ao de investimentos tradicionais.

Análise

O zootecnista e coordenador da Divisão de Inteligência de Mercado da Scot Consultoria, Felipe de Lima Junqueira Franco Fabbri, disse ao EMPREENDER EM GOIÁS que, este ano, o mercado de terras deverá ficar mais lento, comparado aos anos anteriores.

Ele acredita que as taxas de juros elevadas devem diminuir o ritmo para o investimento em novas áreas agrícolas e de pastagem. Felipe lembra que as margens apertadas nas produções de soja e milho – que são as principais culturas do País – cujo cenário que deverá permanecer neste ano, também contribuem para manterem estáveis os preços das terras.

Contudo, ele faz uma ressalva. “Podemos ver um avanço no investimento de terras em áreas de maior participação de mercados que tiveram bom desempenho em 2024, como a cana-de-açúcar e o café, por exemplo, e negócios envolvendo grandes produtores e grupos do agronegócio”, diz.

O analista da Scot Consultoria cita um terceiro fator que também deverá colaborar com a estagnação dos preços das terras este ano: o político. “Continuam a insegurança jurídica no país e o aumento dos casos de recuperação judicial no agro, mesmo que ínfimos, frente ao número de produtores existentes no Brasil”, salienta.

Pandemia

Felipe Fabbri lembra que a valorização das terras no Brasil, como um todo, nos últimos cinco anos, foi puxada pelo boom das commodities agrícolas durante a pandemia da Covid 19.

“Houve menor produção de soja e milho no mundo o que deu sustentação aos preços no mercado internacional, em dólares, aliado a taxas de juros baixas no Brasil, estimulando o investimento”, observa.

No mercado do boi gordo, na pandemia, iniciou-se o ciclo de alta de preços. Isto colaborou para uma maior procura de terras de pastagens, puxando para cima os preços.

O analista da Scot Consultoria destaca que precificam as terras fatores como a proximidade da malha viária, grau de tecnificação das propriedades, produtividade por região, culturas predominantes, agroindústrias, portos, relevo e solo, dentre outros.

Também leva em conta para se determinar o valor exato de um imóvel rural, fatores específicos de cada propriedade, como condições das lavouras, benfeitorias e nível de degradação do solo, entre outros.

A Scot Consultoria acompanha o mercado de terras e commodities no Brasil, há décadas. Realiza levantamento contínuo de preços para garantir informações estratégicas e identificar tendências e oportunidades desse setor.

Ranking dos Estados (hectare)

Terras agrícolas

  1. Paraná: R$ 59.200,00
  2. São Paulo: R$ 58.206,67
  3. Goiás: R$ 47.300,00
  4. Rio Grande do Sul: R$ 45.785,71
  5. Mato Grosso Sul: R$ 40.970,00
  6. Mato Grosso: R$ 36.975,00

Terras de pastagens

  1. São Paulo R$ 44.313,33
  2. Paraná R$ 27.580,00
  3. Espirito Santo R$ 26.600,00
  4. Goiás R$ 23.833,33
  5. Santa Catarina R$ 22.640,00
  6. Rio Grande do Sul R$ 20.471,47

Fonte: Scot Consultoria

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