Essa foi a quarta alta seguida da Selic e a taxa Selic agora está no maior nível desde setembro de 2023. Saiba os motivos.
Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou nesta quarta-feira (29/1) os juros básicos da economia em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Algo esperado pelo mercado financeiro e até mesmo anunciado pelo Banco Central em dezembro.
Essa foi a quarta alta seguida da Selic, que agora está no maior nível desde setembro de 2023. A nova alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Principais motivos apontados pelo Copom: alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global.
Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou subir em setembro do ano passado.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador acumulou alta de 4,83% em 2024, acima do teto da meta do ano passado.
Pelo novo sistema de meta contínua em vigor a partir deste mês, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.
No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2025 em 4,5%. Mas a estimativa pode ser revista, dependendo do comportamento do dólar e da inflação.
Contudo, o novo comunicado do Copom trouxe as expectativas atualizadas do Banco Central: prevê agora que o IPCA chegará a 5,2% em 2025, portanto, acima do teto da meta.
As previsões do mercado também são pessimistas. De acordo com o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,5%, 1 ponto acima do teto da meta.
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.
No último Relatório de Inflação, o Banco Central elevou para 2,1% a projeção de crescimento para a economia em 2025. O mercado projeta crescimento um pouco menor: expansão de 2,06% do PIB em 2025.