O Centro-Oeste deve retomar o posto, que ocupou em 2022 e 2023, de região que mais cresce no País. Goiás é destaque.
O número de empresas que atuam no Centro-Oeste cresceu 31% entre 2015 e 2024, de 1,5 milhão para 2 milhões, com o crescimento econômico da região. Segundo dados do IPC Maps, divulgados no jornal o Estado de S.Paulo. E Goiás tem sido destaque, atraindo investimentos bilionários nos últimos anos.
O agronegócio, carro-chefe do Centro-Oeste, deve ajudar a região a ser a única do País a acelerar o crescimento econômico neste ano, segundo estimativa da consultoria Tendências. Ela prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e do Distrito Federal avance neste ano 2,8%. Em 2024, teve crescimento estimado em 2%.
A safra agrícola do Centro-Oeste deve bater novo recorde, com 322,2 milhões de toneladas, aumento de 8,1% na comparação com a de 2023/2024. Segundo prevê a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A participação da região na produção brasileira de grãos é de 50%.
Com o impacto climático, o PIB agropecuário da região caiu 6,1% no ano passado. Em 2025, deve, portanto, mostrar recuperação e subir 6%, segundo a Tendências. “O Centro-Oeste tem um cenário mais positivo para 2025, principalmente por causa do agro, que deve ter uma recuperação”, afirmou a economista Camila Saito.
Se todos esses números se confirmarem, o Centro-Oeste retomará o posto que ocupou em 2022 e 2023, de região que mais cresce no País. Nesse biênio, o avanço do PIB da região foi de 5,9% e 4,9%, respectivamente.
Mas não é apenas o agronegócio que tem impulsionado a economia da região. Investimentos em setores industriais, como de alimentos, biocombustíveis e celulose. Em 2024, o PIB da indústria do Centro-Oeste deve ter crescido 3,6%.
Um exemplo, destacou a reportagem, é o investimento da Votorantim Cimentos na ampliação da sua fábrica em Edealina (GO). Com R$ 200 milhões, até o final deste ano vai ampliar a capacidade da unidade para 2 milhões de toneladas por ano.
“Estamos satisfeitos com esse crescimento do Estado”, afirmou Álvaro Lorenz, diretor global de sustentabilidade, relações institucionais, desenvolvimento de produto e engenharia da Votorantim Cimentos. “O investimento deve gerar por volta de 200 a 250 empregos diretos e indiretos”, frisou para o Estadão. Na fábrica de Edealina já trabalham 600 pessoas.
“Diante do crescimento do Estado e de toda a região Centro-Oeste, temos visto um aumento da demanda pelo consumo de cimento”, afirmou o executivo ao Estadão. Por mais que tenhamos outras unidades na região, estamos melhor posicionados com a fábrica de Edealina, que tem uma localização geográfica muito favorecida”, enfatizou.
Outro investimento destacado pela reportagem é o da montadora Caoa, em Anápolis (GO), de R$ 3 bilhões. “Triplicamos a quantidade de colaboradores locais, em pouco mais de um ano, passando de 2 mil para 6 mil funcionários, trabalhando em três turnos”, disse Annuar Ali, vice-presidente da montadora.
No setor imobiliário, de 61 cidades pesquisadas, Goiânia ocupava o quarto lugar no Índice de Demanda Imobiliária para imóveis de padrão econômico (R$ 115 mil e R$ 575 mil). Além da primeira posição no recorte para padrão médio (de 575 mil a R$ 811 mil) e a segunda colocação na categoria alto padrão (a partir de R$ 811 mil).
O índice, que se refere ao quarto trimestre do ano passado, calculado pelo Ecossistema Sienge, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Goiânia é o centro do agronegócio brasileiro. É próximo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, norte de São Paulo, oeste da Bahia, Tocantins”, afirmou Renato Correia, presidente da CBIC.
No ano passado, de acordo com a entidade, foram vendidos 24,9 mil imóveis novos no Centro-Oeste, uma participação nacional de 6,4%. Os dados englobam as regiões metropolitanas de Campo Grande, Cuiabá e Goiânia, além de Brasília, Anápolis, Lucas do Rio Verde e Sinop.
O potencial de consumo da região chegou a R$ 660 bilhões, equivalente a 9% da participação do País, segundo estimativa do IPC Maps. Em 2015, por exemplo, a região alcançava um potencial de consumo de R$ 313 bilhões, 8,3% do País.