sábado, 15 de março de 2025
Sindilojas prevê queda de até 10% no comércio goiano

Sindilojas prevê queda de até 10% no comércio goiano

Motivo da preocupação: a escalada dos juros básicos pelo Banco Central, com tendência de forte alta neste ano.

13 de fevereiro de 2025

Cristiano Caixeta, presidente do Sindilojas-GO, acredita que o impacto negativo no faturamento das lojas é inevitável.

O comércio goiano está apreensivo com a escalada dos juros básicos no Brasil, a Taxa Selic, fixada em 13,25% ao ano pelo Banco Central, mas com tendência de forte alta para os próximos meses. O setor prevê perdas de até 10% nas vendas neste 1º semestre, segundo calcula o Sindilojas-GO (Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás).

A avaliação do Sindilojas-GO é que a alta da Taxa Selic pode colocar a perder os resultados positivos que o varejo goiano alcançou em 2024. Quando cresceu 6% no ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13/2) pelo IBGE.

Cristiano Caixeta, presidente do Sindilojas-GO, acredita que o impacto negativo no faturamento das lojas é inevitável. Isto porque o crédito mais caro desestimula o consumo e provoca uma corrida mais competitiva por produtos com desconto.

Esse movimento, porém, inviabiliza as vendas dos pequenos comércios. Que têm baixa margem de lucro frente a grandes redes, vez que elas compram dos fornecedores em larga escala, a preços menores.

Crédito

Outra preocupação é com as dificuldades que o consumidor encontrará para ter acesso a crédito. Quase 90% das vendas do varejo brasileiro são parceladas no cartão de crédito, segundo estudo da CNC.

“Esse indicador diz tudo sobre o que representa para o comércio uma má condução da política de juros. O cenário, de fato, é preocupante”, frisa Cristiano Caixeta.

Os juros em alta e o consequente crédito mais caro prejudicam também a reposição dos estoques nas empresas. É que a grande maioria delas compra dos fornecedores para pagar a prazo, ou seja, depende de bancos para financiar essas compras parceladas.

Inflação

Analistas do mercado acreditam que a taxa Selic provavelmente chegará a 15% ao ano até o final de 2025. Nesse panorama, o Sindilojas-GO teme um efeito devastador na economia, com consumidores e empresas reduzindo as compras. O que afetará, inclusive, a indústria.

Para o economista Aurélio Troncoso, a alta a Taxa Selic não surte efeito porque o país vivencia hoje uma inflação de preços administrados. Ou seja: aumento nos preços de insumos como combustíveis, gás e energia, que agregam no preço final de produtos nacionais.

“A política monetária praticada pelo Banco Central está errada. E o maior problema é que o BC até hoje não identificou isso, apesar de situações semelhantes já terem acontecido no passado. Nesse modelo, o BC pode subir a taxa de juros o tanto que for, que a inflação continuará subindo junto”, disse o economista.

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