Para isso, a universidade participa de eventos internacionais para encontrar potenciais investidores estrangeiros.
A Universidade Federal de Goiás (UFG) segue em busca de mais visibilidade no exterior com resultados de pesquisa e desenvolvimento de projetos na área da Inteligência Artificial (IA). Objetiva atrair mais investimentos privados para os centros de pesquisas. Para isso, a instituição está assídua em eventos internacionais para encontrar potenciais investidores estrangeiros.
O diretor do Instituto de Informática e líder de Projetos, Eliomar Araújo de Lima, conta que essa jornada já acontece há pelo menos dez anos. Por exemplo, com a criação de alguns equipamentos e mecanismos, como o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia-UFG).
Com isso, destaca, já foi possível, nos últimos quatro anos, desenvolver mais de 50 projetos com empresas privadas. Com boa parte delas sediadas na Grande Goiânia. Apesar disso, há projetos em outros lugares do Brasil, inclusive, em órgãos públicos.
Agora, segundo Eliomar, o objetivo é levar o ecossistema de inovação e empreendedorismo para outros lugares no mundo.
A delegação da universidade participou, no início do mês do Mobile World Congress, a maior feira internacional de conectividade móvel. O evento aconteceu em Barcelona, na Espanha. Lá, o grupo apresentou o portfólio de IA já desenvolvido para várias empresas. Ele sinaliza uma troca importante com os potenciais clientes.
“É um espaço de muita troca de conhecimento e de experiências, bem como para conhecer os trabalhos, projetos de outras universidades e de agentes governamentais de outros países. Tivemos, pelo menos, duas dezenas de interações com empresas, com agências governamentais de outros países, que buscam fazer parceria. Hoje nós estamos falando de tecnologia sem fronteira”, destaca.
Eliomar pontua que terá outra feira da mesma natureza, da qual a delegação irá participar em Hanover, na Alemanha. Até o fim do ano, serão mais quatro eventos e exposições.
Além das possíveis parcerias, o conhecimento obtido nos eventos ajuda na compreensão de como a tecnologia pode ser aplicada para resolução de problemas de cunho social ou no setor produtivo, por exemplo.
“Nós tivemos a oportunidade, por exemplo, de conhecer uma tecnologia, uma plataforma baseada em drones. Eles têm grande capacidade de transportar carga, e com isso você pode aplicar, por exemplo, nas ações de combate a incêndio”, pontua.
No Brasil, destaca, a vocação está voltada para o desenvolvimento de softwares, aplicativo, de soluções em Inteligência Artificial. No entanto, revela que falta tradição de desenvolvimento de hardware para o desenvolvimento de equipamentos relacionados principalmente à parte de infraestrutura de comunicação. A busca com grandes players mundiais é para estreitar esses laços.
O Ceia-UFG conta com mais de 700 participantes, entre pesquisadores, professores, estudantes de graduação e pós-graduação, mestrado, doutorado e alunos de outras instituições.
“Nós trabalhamos desde o desenvolvimento de conceito tecnológico, passando por processos de conceito, protótipos, protótipos funcionais, até soluções que são entregues ali, prontas para entrarem em um ambiente de produção”, explica.
O destaque da UFG no ramo da IA vem desde 2020, quando foi a primeira instituição federal de ensino superior a criar a graduação em Inteligência Artificial. A primeira turma foi formada no ano passado e, neste ano, o curso se tornou o mais concorrido da universidade.
Essa preocupação da instituição, segundo ele, destaca a importância de se entender como os mecanismos tecnológicos podem conversar e trazer soluções para várias demandas sociais crônicas e emergentes.
“É você dar oportunidade para que as diferentes áreas de conhecimento possam buscar implementar em seus processos de descoberta, de inventividade, de aplicação, é fazer uso dessas novas matrizes tecnológicas. É o nosso grande objetivo com essa participação nesses importantes eventos e conferências mundiais”, finaliza.