Entidades preveem que mudanças no Minha Casa, Minha Vida devem ampliar a demanda por imóveis na capital e maiores cidades do interior.
O mercado imobiliário goiano está otimista com o anúncio do governo federal sobre mudanças na faixa de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A expectativa é de um aquecimento no segmento através de construções pelo programa ainda não tão explorado em algumas cidades no estado, principalmente na capital.
Agora, segundo as novas diretrizes do MCMV, a renda mensal para financiamento passa de R$ 8 mil para R$ 12 mil mensais. Além disso, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ainda prevê financiamento de imóveis de até R$ 500 mil. Com o prazo de 420 meses (35 anos) para pagamento e aplicação de juros de 10,50%.
O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário em Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, afirma ao EMPREENDER EM GOIÁS que as melhores condições de financiamento para o consumidor acarretam em maior procura de imóveis. Ele ainda destaca que é cedo para precisar a quantidade de empreendimentos que podem ser construídos em Goiás nessa nova faixa. Mas afirma que as incorporadoras têm se atentado a isso.
“A gente sabe que 80% dos consumidores de imóveis estão na faixa do econômico, que são imóveis nessa faixa de R$ 500 mil. Mas não tinha um programa que fizesse um financiamento com as taxas de juros mais atrativas. Agora, com esse novo enquadramento da faixa 4, você pega uma parcela de população muito grande que está preparada para adquirir imóvel. Está com um rating de cadastro já aprovado e só esperava uma oportunidade”, diz.
Apesar disso, Felipe Melazzo conta que a construção dessas unidades depende de alguns fatores, como a demanda e as condições de viabilidade do projeto na cidade. Em Goiânia, entre todas as faixas disponíveis do MCMV, há a perspectiva de construção de 60 mil unidades. Segundo ele, há um diálogo adiantado com a Prefeitura da capital para que haja subsídios com objetivos de tornar viáveis essas construções.
“Se tudo der certo, a gente tem a condição de fazer mais de 5 mil unidades por ano. É um baita desafio. Goiânia atingiu o terceiro lugar no mercado imobiliário, comercializou em torno de 11 mil unidades em 2024. Se a gente conseguir, só desse programa, somando todas as faixas, construir 5 mil unidades, vai para quase 17 mil unidades por ano. Assim, atinge fácil o segundo lugar, perdendo só para São Paulo”, pontua.
Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Goiás (Sinduscon), Hidebrair de Freitas, além de aumentar o valor de imóveis a serem financiados, as novidades ainda podem beneficiar a construções em setores não tão próximos do Centro. Mas que contam com uma boa quantidade de áreas disponíveis, como o Parque Amazonas e Negrão de Lima. Setores estes que também já contam com uma infraestrutura mais consolidada.
“Nós estamos falando de imóveis de dois, três quartos, muito em volta dos bairros mais afastados de Goiânia. E até mesmo apartamentos de um quarto ou dois quartos na região mais nobre de Goiânia. Eu só vejo ponto positivo, uma vez que aumenta o poder de compra desse público ao poder acessar essa faixa de fundo do FGTS com taxa de juros mais baratas do que as que dos bancos privados”, pontua.