O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer chegou a 77,1% no mês passado, segundo a CNC.
O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer chegou a 77,1% no mês passado. Mesmo assim, a inadimplência ficou estável em 28,6%, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Já o percentual de famílias que não terão condições de pagar dívidas vencidas recuou para 12,2%.
A CNC avalia que essa tendência deve continuar ao longo deste ano. A expectativa é de aumento de 2,5 pontos percentuais no endividamento até o fim de 2025, em relação ao início do ano. Impulsionado por maior confiança no consumo e pela necessidade de reorganização financeira. A inadimplência, por sua vez, deve recuar marginalmente, com previsão de queda de 0,7 ponto percentual nos 12 meses.
O levantamento também mostra que o tempo de inadimplência está diminuindo: 47,6% dos inadimplentes estão com dívidas em atraso há mais de 90 dias. O menor nível desde maio de 2024. Ao mesmo tempo, o comprometimento da renda com dívidas se manteve em 29,9%, e 20,8% das famílias afirmam comprometer mais da metade da renda com o pagamento dessas obrigações.
Segundo o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, as famílias estão tendo mais dificuldade de acessar fontes formais de crédito e acabam optando por modalidades alternativas. Porém, com juros maiores. “A alta dos carnês e do crédito pessoal mostra que o consumidor está buscando formas alternativas, mais caras, de conseguir empréstimos para manter o consumo ou quitar dívidas”, explica.
Outro sinal de mudança é o encurtamento dos prazos das dívidas. O percentual de famílias com compromissos superiores a um ano caiu para 34,4%. O menor nível desde agosto de 2024. Enquanto cresceu o número de dívidas com vencimento entre três meses e um ano, indicando preferência por prazos mais curtos.