terça-feira, 13 de maio de 2025
Empresa goiana é prioridade no programa federal de saúde

Empresa goiana é prioridade no programa federal de saúde

Governo fomenta a criação do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis) para prover toda a rede do SUS no Brasil.

20 de abril de 2025

Scitech tem sede em Aparecida de Goiânia e é referência na produção de stent coronário.

Uma empresa goiana está entre as selecionadas para receberem os primeiros investimentos que visam criar o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis). Trata-se da Scitech Medical, indústria com sede em Aparecida de Goiânia e referência nacional na produção de stent coronário farmocológico.

O projeto, anunciado pelo governo federal, busca fortalecer a produção industrial e prover o Sistema Único de Saúde (SUS). Para isto, haverá esforço para a criação de um fundo que vai mirar em startups, empresas com potencial de inovação e grande uso de tecnologia.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Butantan vão investir pelo menos R$ 200 milhões em micro, pequenas e médias empresas inovadoras na área de saúde. As três instituições buscam fortalecer a cadeia de suprimentos do SUS.

O BNDES deve aportar de R$ 50 milhões a R$ 125 milhões ao fundo. A Finep destinará até R$ 60 milhões. Já o Butantan ─ maior produtor de vacinas e soros da América Latina ─ aportará ao menos R$ 50 milhões.

Stent

A Scitech Medical venderá ao governo federal itens como stent farmacológico coronário, cateter e fio guia dirigível para angioplastia e balão periférico. O BNDES já aprovou financiamento no valor de R$ 20 milhões para a empresa goiana atender a demanda do SUS.

Stent é um pequeno dispositivo médico em forma de tubo, inserido em artérias para prevenir e evitar a obstrução do fluxo sanguíneo, ou seja, é diretamente ligado a intervenções cardiovasculares.

“A aprovação desta operação marca um passo significativo para a Scitech, permitindo-nos ampliar ainda mais os serviços prestados aos nossos clientes, especialmente à rede pública de saúde. Com isso, consolidamos nossa posição como principal fornecedora de stents farmacológicos para o SUS”, afirmou o CFO da Scitech, Mayko Melo.

Com mais de 20 anos no mercado, a empresa goiana conta com um portfólio abrangente de produtos para o mercado médico. Integra o grupo Capital Med Participações, que emprega mais de 280 funcionários. E atua diretamente em seis países: Brasil, Chile, Espanha, Itália, Singapura e EUA e por meio de distribuidores em outros 45 países.

Nova indústria

A política industrial do governo, batizada de Nova Indústria Brasil (NIB), foi lançada em janeiro de 2024. É dentro deste conjunto de incentivo que estão as ações voltadas ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que faz parte da chamada Missão 2 da NIB.

A meta da política de incentivo é elevar a produção nacional de 45% para 70% da necessidade de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde, até 2033.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que os valores direcionados à Missão 2 superam R$ 57 bilhões, entre investimentos públicos e privados. É dinheiro que vai potencializar produção em laboratórios e indústrias.

Resultados práticos

Uma das faces do efeito prático do investimento no Complexo Econômico-Industrial da Saúde é a redução da dependência externa. Desafio que ficou visível durante a pandemia de covid-19, quando o Brasil dependeu da importação de vacina, equipamentos hospitalares, como ventiladores mecânicos, e insumos, como máscaras.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classifica o Complexo Econômico-Industrial da Saúde como “estratégico para o desenvolvimento econômico e social do país”.

Na definição da especialista de Política Industrial da CNI, Caroline Giusti de Araújo, o complexo articula uma ampla base produtiva e tecnológica. Que abrange desde a indústria farmoquímica e farmacêutica até vacinas, testes diagnósticos, terapias avançadas, hemoderivados e dispositivos médicos.

O setor representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e mais de 30% do esforço de ciência, tecnologia e inovação.

A especialista aponta que investimentos no setor têm um efeito multiplicador. “A cada R$ 1 milhão produzidos no setor farmoquímico e farmacêutico, geram-se, em média, R$ 2,46 milhões em valor bruto da produção”, calcula.

Saiba mais: Scitech busca ampliar presença no mercado internacional

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