O Banco Central elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, maior patamar desde julho de 2006.
Esperado: o Banco Central (BC) elevou nesta quarta-feira (7/5) a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, maior patamar desde julho de 2006. Com isso, o Brasil tem a terceira maior taxa de juro real do mundo, atrás apenas de Turquia e Rússia, segundo relatório do MoneYou. A taxa real, que desconta a inflação projetada de 5,35% nos próximos 12 meses, chegou a 8,65%.
Na avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom), a economia global segue pressionada pela política comercial dos Estados Unidos, que tem alimentado incertezas sobre o ritmo de desaceleração global e sobre os efeitos na inflação entre países.
Para as próximas decisões, no entanto, o Copom sinalizou que manterá flexibilidade. Mas não apontou uma direção quanto ao que acontecerá, se limitando a dizer que “o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária”.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) decidiu manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%. É a terceira reunião consecutiva sem mudanças, mas a sinalização foi de que os riscos de inflação e desemprego aumentaram.
O presidente do Fed, Jerome Powell, admitiu que as tarifas estão distorcendo os indicadores e gerando cautela entre empresas e consumidores. E, por isso, a autoridade monetária acha “apropriado ser paciente”.
O presidente Donald Trump vem cobrando publicamente a redução dos juros.