Goiás ocupa a 4ª posição no ranking nacional de produção de aves, com destaque para os polos de Itaberaí e Rio Verde.
Seis países, entre eles China, Argentina, México, além da União Europeia, suspenderam compras de carne de aves brasileiras. Isto após o primeiro caso de gripe aviária em granja comercial no país.
A decisão segue protocolos internacionais e atinge mercados que, só em abril, compraram mais de US$ 230 milhões em frango brasileiro. Essas suspensões devem fazer o Brasil deixar de arrecadar mais de R$ 1,3 bilhão por mês.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse nesta segunda-feira (19/5) que o Brasil pode retomar o status de país livre de gripe aviária caso nenhuma nova infecção seja registrada em um período de 28 dias. E, consequentemente, as exportações de carne de frango.
“O importante é a gente fazer todo o bloqueio e o rastreamento de tudo o que saiu dessa granja. Fazendo a inutilização de toda essa produção, a gente diminui muito o risco de novos casos. Diminui muito mesmo. Feito isso, cumpre-se o prazo de 28 dias, que é o ciclo desse vírus”, disse.
“Se, em 28 dias, não tiver nenhum outro caso, a gente pode, com tranquilidade, baseado em ciência, dizer ao mercado e aos compradores, a gente volta então a colocar o status de como livre de gripe aviária. O Brasil, de novo, livre de gripe aviária”, frisou o ministro.
O governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), publicou neste sábado (17/5), decreto de situação de emergência zoossanitária no estado. Para mitigação de risco da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
Goiás ocupa a 4ª posição no ranking nacional de produção de aves. Com destaque para os polos de Itaberaí e Rio Verde — o 2º e o 6º maiores produtores do Brasil, respectivamente. O setor emprega diretamente mais de 240 mil pessoas no estado.
De forma preventiva, a medida visa reforçar as ações já desenvolvidas em território goiano. Como vigilância, prevenção e pronta resposta diante do cenário nacional da doença. Mesmo sem qualquer registro da gripe aviária no Estado até o momento, seja em granjas comerciais ou de subsistência, assim como em aves silvestres.
Em agosto de 2023, Goiás já havia publicado o Decreto nº 10.297, que estabeleceu situação de emergência zoossanitária, de forma preventiva, para mitigação do risco da gripe aviária no Estado. O decreto estadual valeu por 180 dias, a partir da data da publicação, e foi prorrogado por algumas vezes.
A decisão da Agrodefesa acompanha diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que prorrogou por 180 dias a vigência da emergência zoossanitária nacional declarada em 2023. O foco é ampliar o trabalho preventivo, já que o próprio Mapa confirmou na última quinta-feira (15/5) a detecção do vírus da influenza aviária em matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
A publicação do novo decreto em Goiás, que tem validade de 180 dias, busca alinhar o Estado às medidas já adotadas em nível federal. Garantindo agilidade na mobilização de recursos e na implementação de ações imediatas em caso de eventual foco da doença no território goiano.
“Essa é uma medida estratégica e necessária. Goiás tem um papel relevante na avicultura nacional e precisamos proteger nossos plantéis e nossa economia com ações rápidas e coordenadas”, destaca o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
No Paraná, 10 milhões de ovos de incubação estão sendo destruídos como medida preventiva. O Ministério da Agricultura reforça que não há risco para humanos no consumo de carne de frango ou ovos. A previsão é de impacto temporário, mas o setor já sente os efeitos, com frigoríficos operando no limite com estoques cheios.
No Rio Grande do Sul, o governo estadual decretou emergência sanitária e iniciou no sábado a instalação de sete barreiras sanitárias e vistorias em mais de 500 propriedades rurais para conter o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, em Montenegro.
Caminhões com carga viva, ração ou leite estão sendo desinfetados, e áreas como o zoológico de Sapucaia do Sul foram interditadas após mortes de cisnes e patos.