sexta-feira, 20 de junho de 2025
Restaurantes não encontram profissionais especializados

Restaurantes não encontram profissionais especializados

Abrasel aponta que 90% das empresas goianas têm dificuldade de contratar, como sushiman ou churrasqueiro.

3 de junho de 2025

Danillo Ramos: A escassez de mão de obra vai persistir e as empresas terão de se adaptar

O segmento de bares e restaurantes em Goiás tem enfrentado um desafio que se tornou consenso entre os empresários: a falta de mão de obra especializada. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em março. Ela aponta que 90% dos empresários consideram difícil ou muito difícil contratar novos funcionários.

O levantamento traz dois motivos dessa dificuldade de contratação: a escassez de profissionais bem qualificados (64%) e a falta de interessados nas vagas (61%).

“Parte da informalidade é o próprio trabalhador não querer se formalizar. Não há perspectiva de mudança. A escassez de mão de obra vai persistir e as empresas terão de se adaptar”, afirma o presidente da Abrasel em Goiás, Danillo Ramos.

Segundo a pesquisa, os cargos especializados são os mais difíceis de preencher. Entre eles, sushiman e churrasqueiro apresentam a maior dificuldade de contratação. Com 88% dos empresários considerando a dificuldade de contratar como “alta” ou “muito alta”. Outros cargos desafiadores incluem cozinheiro-chefe (81%) e gerente (78%).

Tecnologia

Danillo destaca que, diante desse cenário, os empresários estão investindo em tecnologia nos restaurantes para continuar proporcionando um serviço de qualidade aos clientes. Essa modernização passa desde o uso da inteligência artificial no atendimento direto ao cliente até dentro das cozinhas.

“Muitos já estão usando inteligência artificial para poder melhorar a produtividade dos processos dentro dos restaurantes. Seja de atendimento ao cliente, seja para formação de fichas técnicas e dentre outras situações de trabalho. Temos percebido necessidade de investir em cozinhas mais modernas, com equipamentos mais sofisticados, que trazem um ambiente mais tranquilo e que dispense mão de obra”, afirma.

Inflação

Danillo ainda destaca que a política econômica brasileira tem atingido diretamente os proprietários de bares e restaurantes, devido à dificuldade em fazer com que o aumento dos custos seja repassado ao cliente.

Em Goiás, a pesquisa da entidade revelou que 34% das empresas registraram lucro em abril, sendo que 45% apresentaram estabilidade nas finanças e 21% tiveram prejuízos.

Além disso, apontou que, nos últimos 12 meses, 55% dos bares e restaurantes em Goiás conseguiram reajustar os preços conforme ou abaixo da inflação. E 3% realizaram aumento dos preços acima da inflação.

“Nós temos um problema grave com a inflação que tem se acumulando ao longo dos anos. O setor não consegue repassar essa inflação de maneira integral para o consumidor. Isso aumenta os custos e faz com que essas empresas tenham maior dificuldade de obter lucro”, destaca Danillo.

Jogos de azar

Conforme o presidente da Abrasel em Goiás, mesmo com tantas adversidades, o mercado tem sentido um aquecimento tímido. Porém, destaca um fator que, segundo ele, tem pesado em outras entidades que representam demais segmentos: o avanço dos jogos de azar com a quantidade milionária que o segmento tem faturado.

“Conversando até com outros setores e vendo algumas pesquisas de supermercadistas, de outros players, que essa demanda poderia estar melhor se não fosse o mercado de jogos de azar, de jogos online. É um mercado que já está faturando R$ 300 bilhões por ano. É um mercado que está sugando a demanda de vários outros setores, principalmente comércio e serviços que vendem para classes B, C e D”, destaca.

Saiba mais: Bares e restaurantes apostam no romantismo goiano

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