A movimentação financeira real das pequenas e médias empresas (PMEs) do comércio brasileiro registrou um avanço de 5,5% em 2022, quando comparado com 2021.Segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs, que funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais. O crescimento foi puxado pelo avanço do setor varejista (7,6%), enquanto o atacadista cresceu de forma mais modesta (5,9%). Por outro lado, o segmento de ‘comércio e reparação de veículos’ encerrou o ano com retração (- 6,7%).
Segundo Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, as PMEs foram favorecidas em 2022 pelo controle da pandemia de Covid-19 e os consequentes efeitos moderados na economia. “Além disso, incentivos fiscais como a manutenção e ampliação do Auxílio Brasil foram determinantes na sustentação do consumo, em meio a um mercado de trabalho em recuperação e à trajetória de alta da taxa de juros para conter a inflação”, diz.
Para 2023, o IODE-PMEs prevê um cenário positivo para as pequenas e médias empresas do comércio, diante do avanço da massa de renda. Mas considera que as taxas de juros elevadas devem impedir um crescimento no poder de compra das famílias, encarecendo a tomada de crédito, penalizando o consumo e os investimentos, com reflexos diretos sobre os negócios das PMEs.
“É importante que a atual equipe econômica (do governo Lula) sinalize rapidamente ao mercado as novas regras para equilíbrio das contas públicas, evitando novos choques inflacionários e quedas da confiança dos consumidores e do empresariado na economia brasileira. Movimentos que teriam reflexos diretos sobre o consumo e, consequentemente, impactam negativamente a evolução das vendas no comércio”, frisa Beraldi.
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